Eu nn aguentei ficar guardado o cap, postei pq to ansiosa pra ver as reações de vcs entt comentem muito e votem
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JOSH BEAUCHAMP
— quando minha mãe descobriu que estava grávida, ela e meus pais ficaram muito felizes, o sonho deles eram de ter um filho, então quando eles fizeram a primeira ultrassom, mostrava um bebê, não dois, então os meses se passaram e quando ela completou oito meses, eles conseguiram ver dois bebês
Ele parecia pensar
— então minha mãe ficou com medo, éramos muito pobres, ela não teria condição de criar dois bebês, ela teve que fazer psicológico pra aceitar os gêmeos que ela carregava, mas na hora do parto, Nolan, meu irmão gêmeo, nasceu bem, mas eu
Ele suspira e respira fundo
— quando eu fui nascer, minha mãe quase teve chances de morrer, mas eu nasci, e aí nós fomos pra casa e os meses foram passando, meu irmão sempre era o amorzinho deles, eu lembro de chorar muito, pedindo pra comer, porque minha mãe não gostava de mim
Ele chora
— então minha tia, Linsey, cuidou de mim por um tempo, ela fazia minha mamadeira, me cuidava como um filho mesmo, e eu fui crescendo com ela, eu as vezes a chamava de mãe, quando eu voltei pra casa, por que minha tia conseguiu um emprego, então eu não podia ficar sozinho em casa, e quando eu voltei, minha mãe gritava comigo, dizendo que eu era um erro
Ele chorava muito, eu o abraçava
— eu via meu irmão voltar da escola e brincar com os amigos dele, eu queria, mas minha mãe falava que se eu quase matei ela, e ela estava viva, eu ia a ajudar em tudo, eu ia pra escola e da escola vinha pra casa pra poder arrumar tudo com ela
— desculpa perguntar, mas qual o nome dos seus pais? - pergunto
— Emy e David
— ta, continua
— então eu passei anos vendo meu irmão criar a faminha na escola e eu, apenas o irmão gêmeo do famosinho, meu pai me batia quando eu não fazia algo certo, e se eu não fizesse ele me trancava no porão por um dia, eu ficava um dia sem comer, fazia xixi em uma latinha de tinta
Ele chora
— eu sofri muito, mas foi quando eu me revelei, quando eu beijei um garoto com os meus onze anos, e nossa eu imaginava o futuro perfeito agora, mas foi só um beijo, eu me assumi primeiro pra minha tia, ela aceitou e disse que estava comigo independente de qualquer coisa, mas foi quando eu contei pros meus pais, eles me bateram, falaram que era pra eu ter morrido, meu pai me deixou quase três dias no porão, eu chorava por comida, pedia desculpas, dizia que era mentira, mas nada deles me tirarem daquele lugar
Eu já chorava
— e foi ai que eu comecei com os cortes, a depressão... Mas foi quando minha tia soube, ela entrou em um processo pra ter a minha guarda, mas quando meus pais descobriram isso eles pegaram as malas e fugiram, eles estavam errados, podiam ser presos ou tirarem Nolan deles, então foi quando nós viemos de Orange Country pra Los Angeles, so que no caminho de carro
Ele suspira e chora
— to aqui com você, se quiser continuar você continua - falo em meio as lágrimas também
— meu pai estava dirigindo e bateu o carro contra um caminhão, óbvio o caminhão foi embora, eu chorava, lembro de chamar os meus pais meu irmão, mas eles não acordavam, eu chorei, chorei muito
— eu sai correndo atrás de ajuda, passei o dia todo andando, com fome, sede, mas ai eu cheguei na cidade, e fui pedir ajuda, só que um casal ligou pra um orfanato, vendo que eu tava sozinho e no outro dia me colocaram no orfanato, eu passava dias chorando, eu via na tv falarem sobre o acidente e que ninguém estava mais vivos, eu via meu pai, minha mãe e meu irmão serem levados, mortos... E eu passei anos naquele orfanato, me cortando, chorando, pedindo pra alguém me adotar
Ele me abraça
— mas quando eu completei quinze anos, eu fui adotado por um casal, Wendy e Marco, agora eu era feliz, eles eram ótimos pais, e nós morávamos aqui, nessa casa, mas como minha vida não era nada na paz, descobri que meu pai, Marco, estava envolvido com umas brigas do trabalho e bom, eu acordei em um dia com Marco e Wendy querendo fugir, mas eu não queria ir, então eles me prometeram que iam mas que iam voltar, então eu aceitei, eles foram, e três meses depois eu recebi uma ligação de Wendy, ela disse que tinha deixado, dez mil reais em um cheque, e ai ela se despediu, dizendo que me amava e que era pra eu seguir a minha vida, eu chorei, chorei muito, eu havia perdido eles também, até hoje eu nunca descobri como eles morreram, e foi aí que meus pais pararam de ir pra escola, para as reuniões...
— Noah eu não sei o que dizer, eu sinto muito, eu não tinha ideia do quanto você sofreu
— mas é passado, Bailey não era nem 1% comparado a tudo que eu sofri
— você é tão forte por aguentar tudo isso - eu o abraço por trás e beijo sua bochecha molhada pelo choro - eu não sei o que dizer por que eu não imaginava isso
— entende porque meus pais nunca apareceram, o porque eu tenho tanto medo de quando as pessoas se afastam de mim, o porque eu tenho tanto medo de me relacionar, de conversar com outras pessoas, eu me corto desde quando eu tinha onze anos, é difícil deixar de lado, já é um vício
— eu entendo
ele se encolhe e me abraça ainda chorando
— agora me fala como descobriu meu irmão gêmeo
— Any, naquele dia que ela veio te ajudar com as roupas, na primeira vez, ela achou uma caixa vermelha, viu as fotos e tirou foto, então quando ampliamos a foto, vimos você chorando
— ah, aquele dia... Foi o dia da apresentação de violão do meu irmão, eu queria tanto ir, tanto poder aprender também, mas não dava, um porque era caro, e obviamente eles iam escolher Nolan pra fazer, ele que dava orgulho a eles, eu chorei muito naquele dia quando eles saíram, eu tive que arrumar a casa sozinho, sem ninguém
— mas tudo já passou, está aqui agora, eu sinto muito pela sua família, de verdade, mas e sua tia? Nunca a procurou?
— não
— entendi, mas olha pra mim - ele olha - você é a pessoa mais forte que eu conheço, eu no seu lugar, já tinha desistido de tudo
— era o que eu mais queria em toda a minha vida
— mas não quer mais
— as vezes sim
— não! Eu to aqui com você, e prometo que nunca vou te deixar
— obrigado - ele fica de frente pra mim e me abraça
