🌈 Dois🦄

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Charlotte Narrando:

Eu sempre soube que um dia, eu teria uma grande amiga ou um grande amigo, mas não imaginava que ele chegaria tão cedo na minha vida, e que ainda por cima, em um hospital, em uma circunstância nada boa. Eu poderia até dizer que era um momento bom porque a senhora Kris estava dando a luz a sua filha Piper, mas ela estava tendo complicações e quase morreu junto com a bebê, portanto não acho que foi um momento bom para se fazer um amigo. Principalmente pra mim.

Não é nada fácil ser filha de uma mãe tão nova, a minha mãe só tem 20 anos, e ela me teve com apenas 17, agora se você me perguntar como isso foi acontecer? Bem! Até o momento eu ainda não sei, minha mãe fala muito pouco sobre isso, e sempre quando pergunto sobre o meu pai, ela muda de assunto, ela acha que eu não percebo quando ela faz uma cara triste quando falo dele, ela sempre fez de tudo pra me manter feliz e ser uma criança normal mesmo não tendo um pai.

Agora imagina o quanto é difícil? Ter se tornado mãe tão jovem, quando você acabou de terminar o ensino médio, e quando você Finalmente vai fazer a sonhada faculdade PAH!!! Um bebê a caminho.

É extremamente difícil ser uma criança de apenas 3 anos, quase 4, e ter só sua mãe como parente, É! Diferente de toda criança, eu não tenho avós, tenho apenas um tio e um primo distante que eu vejo a cada uma vez por ano por conta da distância e da falta de tempo, aliás, ele deve vir logo logo aqui em casa pra nos visitar.

Como eu estava dizendo, é extremamente difícil ser uma criança como eu, eu não tenho companhia de ninguém, minha mãe estuda muito e trabalha nas horas vagas pra me sustentar, ela fica muito feliz quando recebe um plantão pra substituir algum médico, pois ela recebe muito dinheiro por isso, mas é uma coisa que acontece pouquíssimas vezes, pode ter milhares de estagiários indisponíveis e apenas a minha mãe disponível, mas eles raramente chamam ela, e preferem chamar outros, o motivo? Eu realmente não sei, mas já ouvi pessoas falando da cor da minha mãe, nunca entendi isso, mas quero entender um dia.

Bem, o fato é que eu era uma criança muito sozinha, minha mãe me leva pra creche pela manhã e pelo resto do dia eu fico uma babá. Às vezes só vejo a minha mãe pela manhã. Mas mesmo com toda essa situação, eu sou grata por ter uma casa, uma mãe e uma mesa farta de comida graças a minha mãe que não deixa faltar nada pra mim.

Mas voltando a atualidade! O Henry foi a melhor coisa que já surgiu na minha vida, eu confesso que fiquei com muita vergonha e medo de falar com ele no início quando nos conhecemos naquele dia, mas ele me transpareceu tanta confiança, que não tive mais medo, apenas me senti livre pra ser quem eu era, uma criança que queria brincar com alguém pela primeira vez.

Ele é um menino bastante peculiar ao meu ver. Gosta de fazer muitas perguntas, é tão branco que dói os meus olhos, seu cabelo é tão loiro que reflete com os raios do sol, estava naquele momento vestindo uma camisa xadrez, que deixava ele ainda mais engraçado. Mas era tão doce, fofo, e tinha um sorriso largo quando me olhava nos olhos.
Estávamos brincando no chão do seu quarto enquanto minha mãe e a dele conversavam na cozinha e preparava o um lanche.
Eu adoro brincar com o Henry, mas eu estava cansada daquela brincadeira.

- Podemos parar?

Digo, colocando minha boneca e o carro dele no chão.

- Por quê? Não gosta dessa brincadeira?

Ele pergunta com um olhar doce.

- Eu gosto, mas... Podemos brincar de outra coisa?

Pergunto. Aliás para informar, estamos brincando de namorado e namorada, igual a brincadeira que fizermos ontem no hospital, mais uma vez, éramos marido e mulher, e nossos bonecos os filhos. Não sei porque ele adora brincar disso.

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