Faz tempo. Muito tempo.
Tempo suficiente para adoecer, tempo suficiente para perder alguém e tempo suficiente para ter pesadelos.
Há tempo demais. Tempo demais sozinha, tempo demais andando na minha própria mente. Tempo demais tentando remendar sozinha coisas que demandam atenção profissional.
Porém, não há tempo. Não é prioridade. Há muitos que não tem tempo, nem saúde, nem assistência. Me encontro no meio deles, contudo privilegiada demais pra estar nos que ainda tem vida.
Ter vida, hoje em dia, é privilégio. Estranho, né? Estar vivo no meio do caos e ter que agradecer por não ter nada grave o suficiente que precise sair de casa.
Eu estou apavorada. Com medo de tudo e sobretudo dos outros. Não sei o que fazer. Porém não há tempo pra pensar nisso, eu ainda tenho que ser produtiva. Tem faculdade, tem que conseguir trabalho, tem que ser a melhor nos hobbies que escolheu e se eles não te dão dinheiro, você escolheu errado. Isso me deixa mal.
Mas não há tempo para ficar mal. É hora de dormir, para acordar no outro dia e ser mais produtiva ainda.
Queria ter tempo. Tempo pra ser eu.
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Até Rosas Precisam Murchar
PoetryTalvez seja difícil de entender, acredito que vai, na verdade. Muito pouca gente realmente entenderá, há particularidades de mim que precisam de uma saída, e palavras estranhas e sentimentos intensos proporcionam essa saída, se falados. E essa aqui...
