Ser sozinho não é fácil: e todos somos

Sobre mim: um início

Quero usar esse capítulo inicial para falar um pouco sobre mim e sobre minha motivação para escrever esta nova história e nada mais justo do que começar este capítulo me apresentando.

Tenho 21 anos, estou atualmente na faculdade, mais precisamente no 7º semestre e moro sozinha, numa cidade diferente da dos meus pais. Comecei essa jornada aos 17 anos e hoje posso admitir que não estava preparada para a vida, e foi essa falta de preparação que me trouxe tão longe e que ao mesmo tempo me deixou tão mal. 

Me sentir sozinha nunca foi opção, sempre foi a realidade, mas a vida com outras pessoas nos engana quanto à nossa própria realidade, e a pandemia tirou essa preciosa, importante e imperativa enganação de nossas vidas e não tive, nem estou tendo, como escapar disso. 

Antes mesmo da pandemia, me sentia deslocada nessa vida de estudante, estando fora do ninho dos pais - vida essa que almejei e procurei tanto -, especialmente porque fui, (quase) literalmente, largada na faculdade. Meus pais alugaram a casa, mobiliaram o quarto em que eu fiquei por cerca de 5 meses e pronto. Depois de um tempo fui aprendendo, sozinha e sob o olhar julgador de uma colega de casa, como me cuidar, como zelar por uma casa, como lidar com as adversidades que a vida adulta ou a vida sozinha nos dá. 

E eu pensando que iria ser só diversão haha. 

Mas quando você não se sente pertencente a um lugar, tudo vira problema, desconforto, ataques, e é assim que tenho me sentido no curso que faço, por pelo menos 4 anos. E um dos dias mais difíceis foi quando admiti para mim mesma que não gostava deste curso. Doeu, me deixou muito mal, frágil e com a autoestima intelectual tão abalada que até hoje, quase dois anos depois dessa minha realização, eu ainda luto para me sentir digna dos meus esforços, para diminuir a sensação de ser uma farsante, enquanto me entedio e chateio ao ouvir as frases e posicionamentos dos professores. 

Tem sido bastante difícil.