02 | serial killers e basquete

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"Eles dizem que esses são os anos de ouro
Mas eu gostaria de poder desaparecer
O esmagamento do ego é tão severo
Deus, é brutal aqui fora."
brutal – Olivia Rodrigo

"brutal – Olivia Rodrigo

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CAPÍTULO DOIS

Goldendale é pior do que eu pensei, honestamente.

Não faço ideia de como a minha mãe conseguiu viver a adolescência inteira aqui e nem quero descobrir. Só quero poder terminar o ensino médio sã.

E eu sei que isso não vai acontecer no exato momento em que eu entro da escola.

Todas as pessoas me encaram por onde eu passo, parecendo ou chocadas com a carne nova ou me achando uma alienígena. Os olhares me cercam e, mesmo não ligando para o que esses babacas pensam, fico cada vez mais irritada.

Irritada com os armários coloridos ao invés dos desbotados da minha antiga escola. Irritada com o quanto esse lugar é estupidamente limpo. Irritada com todas as pessoas que parecem iguais. Com o quanto eu sei que esse lugar é fodido.

É algo na atmosfera. Eu posso sentir o cheiro da podridão debaixo da camada de perfeição há quilômetros de distância.

Minha primeira aula é biologia. E eu pensava que isso não podia piorar.

– Olá, turma, eu sou o professor Wilson – um homem de meia idade ruivo e parecendo que saiu de um episódio de Big Mouth se apresenta e começa a falar várias coisas que eu sinceramente nem escuto.

Acho que ele deve ter mencionado algo sobre colegas de laboratório, porque vejo que uma garota anda na minha direção e eu provavelmente vou ter que socializar com ela. Merda.

– Oi – ela me lança um sorriso educado e casual.

Retribuo o sorriso enquanto ela se senta ao meu lado.

Ela é muito bonita e eu me deixo observá-la por um tempo enquanto ela se ajeita no seu lugar. A pele negra alguns tons mais claros do que o seu cabelo, que é curto e encaracolado. Seus olhos não me fitam, mas acho que são grandes e castanhos.

Ela tem um tipo de beleza que é ofuscada pelo jeito que se porta e eu acho que se ela não parecesse tão tímida e soubesse o quanto é bonita, talvez seria ainda mais estonteante. Mas isso é apenas o que eu noto. Não sou muito boa em ler pessoas, segundo a minha mãe.

– Eu sou Roxanne – ela se apresenta, virando a cabeça e me fazendo parar de analisá-la. Merda. Eu pareci uma tarada. – Mas você pode me chamar de Roxy.

Antagonismo | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora