ah, why not?

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– Então… – começo.

– Então…

– Quero saber de você, eu mal sei seu nome e pro Donghyuk você já é best, não aceito. – me aproximo mais dele e coloco uma mão em seu joelho.

– Tá bem, hmm… meu nome é Jaemin, mas alguns amigos me chamam de Nana, tenho vinte e um anos e trabalho no shopping porque preciso me auto sustentar e pagar minha facul, que aliás é de fotografia. – ele olha para cima franzindo ambas a sobrancelhas. – Não sei mais o que falar. Você pode perguntar se quiser saber algo.

– Por que Nana?

– Por causa do meu sobrenome, Na, pode me chamar assim se quiser ou de amor, você escolhe.

Reviro os olhos para si e ele me manda uma piscadinha.

– Gostei de Nana. – ele confirma com a cabeça.

Me pego olhando para o seu cabelo e percebo que o loiro platinado e grandinho, mais o bronzeado natural de sua pele dourada, o dão um ar de surfista. E cá entre nós, quem nunca teve crush em surfista?

E ainda tem a boca bem rosinha, combinando com os lábios cheinhos e chamativos, mas que hora ou outra deixam escapar bobagens.

– Gostando da visão? – ele pigarreia.

Deveria estar me sentindo envergonhado por ter sido pego, mas com ele parece que as coisas são naturais demais ou até rotineiras, como se eu já tivesse o olhado milhares de vezes e esse mesmo diálogo acontecesse.

– Você tem uma boca bonita. – dou de ombros. – Mas parece que sai muita baboseira dela, uma pena você usar ela mal assim.

Ele faz cara de ofendido e até a mão no peito coloca. Parece que Donghyuk está fazendo escola.

– Já que você tá achando ruim pode me ensinar a usar ela melhor, o que acha? – solto um riso sem graça. Esse garoto é inacreditável.

– Você não perde uma. – subo minha mão levemente de seu joelho e Jaemin acompanha com olhos, sorrindo com a visão. – Eu nunca te vi na Hankuk, tá se escondendo?

– Hankuk? Quem me dera. – ele diz fazendo um "tsc" e apoiando ambas as mãos no chão atrás de si. – Eu estudo na S.U., não tenho dinheiro pra bancar uma mensalidade na Hankuk como a maioria aqui, quer dizer, não tenho pais pra bancar pra mim. Comparado com geral aqui, eu seria tipo o Chaves e vocês seriam o Quico. – ele dá uma risadinha sem graça.

Acho que acabei de gostar mais dele. Não sabia dessa história toda, achei que ele era mais um do mesmo que a gente encontra em cada canto dessa festa. Realmente nunca tinha o visto na faculdade, mas mesmo que ele fosse de lá não o veria ou não lembraria de si, pouco presto atenção nos estudantes e com ele não seria diferente. Provavelmente o julgaria pela aparência, já que ele tem todo o estereótipo de cara popular e maneiro, que todos deitam para si, mas… ele parece ser muito mais que isso, muito mais que uma simples aparência.

Eu mesmo me enquadro no que ele falou. Tudo que eu tenho me foi dado, e com a maioria das pessoas aqui é assim, grande parte só vai trabalhar quando já está na metade do curso, quando se tem a possibilidade de um estágio para começar a carreira, mas ele não. Ele trabalha em outra área para bancar a sua futura carreira, e isso é de se admirar.

Eu sei que grande parte da população precisa fazer isso, mas eu não tenho contato frequente com quem o faz, então por isso que para mim isso é incrível. No meu círculo social ninguém precisa dar duro assim como ele, não precisam trabalhar desde de manhã até o final da tarde para no final do dia ainda ir para faculdade quebrar a cabeça.

UR FRIEND WANTS - renminOnde histórias criam vida. Descubra agora