Dançando para um Mafioso

01 - 22 horas.

O nome Suppasit Jongcheveevat era conhecido por toda a Bangkok. Talvez até por toda a Tailândia. Porém, para os mais próximos ele era apenas o Mew, Senhor Jongcheveevat para quem não o conhecia.

Em seus mais bem vividos trinta anos, ele já era dono de uma conhecida empresa de importações. A Suppa Import. Mas esse era apenas um negócio de fachada. O que lhe gerava lucros mesmo, era a Dragon Flower, a máfia mais temida da Tailândia.

Ser conhecido por toda a Bangkok não era fácil. Algumas mulheres gostavam de assedia-lo, outras corriam sempre que o viam. Os homens sempre mostravam respeito, mas nunca tinham um real interesse. Já estava com seus trinta anos e ainda não havia se casado, o que por um lado, para ele, era bom, já que para se casar com Mew, a pessoa tinha que entender um pouco dos seus negócios e aceitar também. Por outro lado, ele se sentia cada vez mais solitário.

Quase todas as noites, ele ia à uma boate para se divertir. A Be Mine para ele, era um lugar para se satisfazer, mas obviamente não era a mesma coisa de ter alguém ao seu lado todos os dias de manhã em sua cama, sorrindo para ele com o rosto amassado pelo travesseiro.

Apesar de ser uma pessoa rígida com seus negócios, ele era bem flexível com aqueles que tinham o seu respeito. E quando o assunto era respeito, a boate Be Mine era de um desprezível homem que lhe devia há anos. Seis anos para ser mais exato. Isso era um enorme sinal de desrespeito para Mew. Para conseguir entrar na boate qualquer pessoa tinha que reservar uma mesa com no mínimo três dias de antecedência e anunciar duas horas antes se compareceria ou não ao local. O que obviamente, Mew não tinha a necessidade de fazer, mas ainda sim fazia por pura educação. Coisa que o próprio dono do estabelecimento não tinha.

Já faziam dois meses que Mew ia a boate cobrar a dívida que o homem tinha com ele, mas o maldito sempre escapava quando ficava sabendo da chegada de Mew. Contudo, o moreno tinha certeza que naquela noite, seria diferente.

Em seu telefone havia um número salvo como contato de emergência, e era para esse número que Mew ligava sempre que precisava de algo. Por menor que fosse o favor, seu melhor amigo sempre estava ocupado o ajudando.

— Mild, preciso sair por algumas horas e preciso que venha comigo. — Mild além de seu funcionário mais leal, era também seu melhor amigo. —  Venha até minha sala para saber mais detalhes.

— Certo Mew, estou indo.

De toda forma, Mew já havia se decidido que daquela noite, o Senhor Traipipatanapong, o dono da boate não escaparia de suas mãos.

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— Be Mine? De novo? Você não cansa de ir atrás daquele caloteiro não?

— Mild, quando você tiver alguém te devendo milhares bahts, e não te pagar, a gente conversa a respeito.

— Porra, não tenho milhares de bahts nem mesmo para gastar comigo, quem dirá para emprestar a alguém!

— Como um homem tão mão de vaca como você, e que recebe o tanto que recebe, pode não ter dinheiro na conta Mild?

Mild apenas sorriu sem graça para ele. O que só poderia significar uma coisa. Ele com certeza andava bancando alguém novamente e Mew já havia notado isso.

— Quem é dessa vez?

— Quem é o que? — Mild se fez de desentendido.

— Quem é o imbecil que você está bancando dessa vez?

— Por que acha que estou bancando alguém?

— Te conheço desde o primeiro ano da Universidade. Acha mesmo que consegue me esconder algo?