oi oi oi GRANULADINHOS!!! saudades? rs
escrevi o texto abaixo em 25/01/2021 e então não escrevi mais nada
fazia tempo que n escrevia algo então relevem rs
hoje vi notificação no meu e-mail de algumas pessoas comentando e lendo 60 dias com Harry, minha primeira fic, lá de 2016
me bateu uma saudade daquela época, a vida era boa e as vezes me esqueço disso, me esqueço de olhar com carinho para o que vivi mas esqueço que tbm devo olhar com carinho para o que vivo agora
para matar um pouco a saudade boa do passado e curtir meu presente vou compartilhar com vocês um dos meus textos mais sinceiros em tanto tempo...
bem é isso!
espero que gostem!!!lembre-se de se manterem saudáveis do meio desse loucura toda, se puder ficar em casa fique e se precisar sair tome cuidado
oremos para um mundo melhor em breve ❤️ amém!!
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Um escritora sem história...
Há algo muito estranho sobre os hobbies... Como alguns podem nos trazer prazer por toda a vida e como alguns simplesmente não se encaixam mais?
Comecei a terapia há dois meses atrás. Tenho passado por algo muito estranho nos últimos anos, algo que me incomoda e me enche o peito com uma sensação de vazio. A pergunta é: por que eu me sinto estranha?
Aos poucos fui deixando de fazer as coisas que me traziam prazer, deixei meus hobbies de lado. Sabe, quando a gente trabalha de segunda a sexta, vai pra faculdade logo depois e emenda tudo com o cursinho de inglês nos fins de semana, a gente corre o risco de viver no automático e ficamos cansados, não só fisicamente, mas emocionalmente. E 2020 foi um ano difícil, não é? O pior da minha vida (que consiga me lembrar). E mesmo tendo acabado a faculdade e largado o inglês por um tempo, e tendo ficado só trabalhando, eu não sai do automático. Não vi meus amigos por um tempão e fiquei presa com pessoas que eu não me identificava. Me decepcionei demais com pessoas que achava que amava e enfim, cansada sabe?
Eu podia dormir por horas a fio, a ponto dos meus pais baterem na porta do quarto com toda a força preocupados se eu estava trancada lá dentro morta e ainda assim quando eu acordava eu me sentia cansada e tudo que eu queria era mais meia horinha na cama. Sim, meia horinha, nada de cinco minutinhos, eu estava exausta pra vida, cinco minutos não fariam cosquinha no meu cansaço. Quem sabe pudessem me deixar deitada por pelo menos mais uma semana ou até que eu me sentisse melhor.
Descobri então numa conversa com a minha psicóloga que as coisas que nos trazem prazer recarregam as nossas baterias, é como se nos colocassem na tomada e dessem a carga que precisamos, não só para curtir as coisas boas mas também para conseguir viver as coisas que somos obrigados a fazer. É muito importante ter essas válvulas de escape, fazer coisas legais, prazerosas, que recarreguem nossas energias para a vida, é importante estar cercada de gente que se ama e de coisas que se ama!
Mas eu não sabia disso até dois meses atrás, e andava me arrastando por aí sem a menor vontade de viver.
E eu me questionei: Quando foi que eu cheguei a esse ponto?
Eu era ativa nas minhas redes sociais, saia com meus amigos, escrevia, nossa, eu amava escrever e ler, e eu era tão melhor antes... Mas então, as outras coisas foram tomando tanto meu tempo, coisas que eu precisava fazer, mas não coisas que eu amava fazer e as poucos eu entrei num buraco triste e solitário, estava lá sentada em posição fetal, me sentindo péssima, e fiquei lá por tanto tempo que não sabia mais nem do que gostava.
Tentei me forçar a escrever algo. Nem que fosse um poema. Nem que fosse uma linha. Nem que fosse o recado do meu Whatasapp. Por que eu sabia que gostava de escrever. Eu sempre escrevi, não é? Por que agora eu não era capaz? Mas eu não conseguia. E nem era porque eu achava que estava escrevendo, nunca fui a melhor escritora do mundo e ainda assim eu escrevia. Eu escrevia porque gostava, porque me libertava. Porque minha mente era tão criativa e eu precisava colocar tudo aquilo que se passava nela para fora. Escrever me dava prazer, me recarregava. Mas não consegui mesmo. Eu não tinha a energia que precisava para isso.
É triste olhar para si mesmo e não se reconhecer. Mais triste ainda é não se saber o que você vai ser amanhã e ter medo. Ter medo porque você pode levantar da cama e dar de cara com coisas que não te trarão prazer, mas te deixarão mais cansado físico e emocionalmente. Ter medo porque você tinha certeza que escrever te dava prazer e agora não te gera nada e se isso está acontecendo com uma das suas coisas favoritas no mundo então talvez você nunca mais ache algo que substitua, talvez NUNCA ache algo que te fará feliz...
O cansaço emocional é o pior tipo de cansaço. O mais doloroso. O mais difícil de se livrar. Sempre tive em minha cabeça a ideia de que a mente é perigosa, pode fazer coisas incríveis, mas também pode te derrubar de tal maneira a você nunca mais é capaz de levantar. A mente sempre me assustou, a minha principalmente. Desde nova sinto que minha mente foca mais no negativo do que no positivo. Mas não é assim com todo mundo? Não é mais fácil reclamar do que agradecer?
Quantas vezes você já esteve sentado numa roda de pessoas e reclamou? Reclamou da coisa mais simples. E então outro dia, em outra roda, você reclamou de novo e então você chegou ao ponto em que só reclama. Mas quantos dias você agradeceu por apenas levantar dar cama e conseguir? Parecia tão estranho para mim essa ideia. E para você?
Sempre que eu pensava em "agradecer porque você pode andar, muita gente quer andar e não consegue", não parece aquela coisa que a moça estranha da igreja diz pra gente achando que vai curar a depressão? E a gente pensa: "Uau, até parece que agradecer por uma coisa tão besta vai me curar?" E então eu estava deitada, me sentindo cansada, com medo, sem vontade de nada, porque a mente é perigosa, ela te afunda, te joga lá embaixo, e você está tão desaminado que para que agradecer?
E então o cansaço emocional, se torna dor emocional, e é tão forte que você sente doer no peito e então vira dor física. E quando essa dor chegou a ser tão forte que eu não conseguia mais respirar e me pegava chorando sem ao menos saber porque que eu olhei para mim mesma e disse: Chega!
CHEGA! Reclamar vai melhorar o que? Porque reclamar por uma coisa tão besta? Ficar em deitada me sentido uma bosta não muda nada. Eu quero que pare de dor. Quero fazer coisas que me façam me sentir melhor. Não quero me sentir estranha e vazia. Eu quero escrever!
Você tem duas opções na vida: continuar ou mudar.
E isso serve pra tudo!
Ficar aonde está é o mais fácil. Mudar é difícil! Mudar é ir em frente. Mudar as vezes é sofrer... Leva tempo. Mas mudar, às vezes, é preciso!
Li em algum lugar, creio que num post no Tumblr, que primeiro é preciso acreditar que a mudança é possível e depois se repete para si mesmo todo os dias: Eu posso mudar e eu vou!".
Me convenci de que era possível mudar. E estou mudando.
Hoje quando levantei da cama eu sabia que queria escrever. Também sabia que não tinha uma história. Mas comecei aqui dizendo que algumas coisas podem nos dar prazer por toda a vida e outras as vezes nos dão por um tempo e então não mais. O fato é que, no meu processo de mudança eu devo descobrir do que eu ainda gosto, do que já não gosto mais e do que posso começar a gostar.Enfim, essa escritora aqui não tem uma história com final ainda, não tem capítulos definidos, nome de personagens e não tem enredo mas tem muito para falar, muito para escrever.
Talvez o que eu publique aqui venha a te ajudar, assim como lendo algumas coisas aí perdidas pela internet eu achei forças para me ajudar e então, de tudo isso algo bom posso sair.
Talvez eu terminei isso por aqui e nunca mais volte a publicar outra coisa. Quem sabe? Eu não sei! Eu só sei que esse é o meu processo de cura e eu não vou desistir de me curar. Não desisto de me sentir melhor. Eu quero me reconhecer, mesmo que aqui já não more mais uma escritora. Eu vou olhar para mim e vou estar feliz. E eu espero que você seja gentil e corajoso o suficiente para fazer isso por você também!