A LOUCA

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     Uma cena que poderia ser descrita como chocante para os que presenciaram.Na cadeira uma menina amarrada e aparentemente dopada.A sua frente um psicólogo e uma psiquiatra,médicos de confiança da família e chamados de forma desesperada pelos pais por telefone.Atrás de seus óculos intelectuais,tudo que restava a essas pessoas que constantemente tinham respostas convincentes,era perguntar a si mesmos, sobre o que se tratava aquilo.Os pais ja angustiados e apressados,falavam ao mesmo tempo. O pai reclamava da reclusão da garota e sua  falta de contato com pessoas..

-  Passa muito tempo no quarto disse ele-..as vezes a pego conversando e na maioria das vezes não está ao telefone.

-Sem falar das coisas que escreve complementou a mãe...-ao pegar seu caderno para ver o que tanto rabiscava, li coisas estranhas como monstros ou seres de outro mundo,que nada tem haver com os estudos de qualquer matéria que eu já tenha visto-

  Antes de dar seus palpites sobre o que poderia ser,a psiquiatra pediu algo que a menina tivesse escrito,para que pudesse ter inicio uma análise.A mãe foi buscar apressada,enquanto os dois observavam a menina que parecia estar no término de seu estado de dopagem.Entregue os escritos,os médicos leram atenciosamente cada frase,letra e virgulas ali escritas.Passou-se um tempo, até os dois se olharem e seus olhares confirmarem que tinham chegado a mesma conclusão,mais nada disseram,aliás o único ato que tiveram de imediato foi suspirar fundo e transparecer um olhar de tristeza profunda.Tal silêncio e aparências nada
tranquilizantes,fez os pais ficarem ainda mais perplexos

-Pelo amor de Deus nos diga o que é implorou o pai-.Quero ter a certeza que esta esquizofrenia tem cura ou pelo menos tratamento.

-Não seja estúpido homem,já lhe disse mil vezes que se tratam de espíritos ruins, que entram na mente e corpo de pessoas descuidadas,e sem Deus no coração -afirmou a mãe em um tom arrogante

      A discussão do casal,foi interrompida
pelo bater da porta com muita força da psiquiatra,que foi embora as pressas furiosa.Antes que o homem e a mulher pudessem fazer mais perguntas,o psicólogo afirmou:

     -Não se trata de nenhuma doença neurológica,que possa estar comprometendo a lucidez da moça,e muitos menos possessões demoníacas, nem nada do gênero. As palavras descritas nos contos dela  são claras e demonstram total normalidade e,acima de tudo talento.Desamarrem a menina e peçam desculpas pelos seus atos.Não sejam tolos,a menina é uma escritora.

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