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Mário Alberto Nobre Lopes Soares • • (, de – , de ) foi um e que ocupou os cargos de de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de de 1986 até 1996.

Político de profissão e vocação, co-fundador do , a de , Mário Soares iniciou na juventude o seu percurso político, integrando grupos de oposição ao , primeiro como militante de base do e membro de outras estruturas ligadas ao , o e o , tendo sido cofundador do MUD Juvenil — e depois na oposição não comunista — , que funda com dissidentes do e através do qual entrará para o . Pela sua atividade oposicionista foi detido 12 vezes pela — cumprindo cerca de três anos de cadeia (, e ) — e, posteriormente, deportado para . Permaneceu nessa ilha até o governo de lhe permitir o regresso a , sendo, posteriormente às eleições de — nas quais Soares foi cabeça-de-lista pela em — forçado a abandonar o país, optando pelo exílio em .

No processo de transição democrática subsequente ao Mário Soares afirmou-se como líder partidário no campo democrático, contra o , batendo-se de forma intransigente pela realização de eleições. Foi ainda Ministro de alguns dos governos provisórios — destaca-se sobretudo o facto de ter sido Ministro dos Negócios Estrangeiros, logo no , associando-se ao processo de descolonização, qualidade em que dirigiu o processo de rápida independência e autodeterminação das províncias ultramarinas, processo esse que ficou para sempre como o ponto menos consensual do seu percurso político.

Vencedor das primeiras eleições legislativas realizadas em democracia, Soares foi Primeiro-Ministro dos dois primeiros governos constitucionais, o e governos constitucionais, este último de coligação com o . A sua governação foi marcada pela instabilidade democrática — nomeadamente, pela tensão entre o e o - — pela crise financeira e pela necessidade de fazer face à paralisação da economia ocorrida após o , que levou o Governo a negociar um grande empréstimo com os . Ao mesmo tempo, foi um período em que o Governo, e Soares em particular, se empenhou em desenvolver contactos com outros líderes europeus, tendentes à adesão de às .

Líder da oposição entre e , no ano de , Mário Soares conduziu o ao acordo com o e o (que então formavam um governo chefiado por ) para levar a cabo a revisão constitucional de 1982, que permitiu a extinção do , a criação do e o reforço dos poderes da .

Foi, de novo, Primeiro-Ministro do governo, do chamado , num período marcado por uma nova crise financeira e pela intervenção do em , e pela formalização da adesão de à .

Depois destas experiências governativas, Mário Soares viria a ser durante dois mandatos, entre e — venceu de forma tangente, e à segunda volta, as eleições presidenciais de , contra , e com larga maioria as de , em que contou não só com o apoio do como do , de . Sendo o primeiro civil a exercer o cargo de , deixou patente um novo estilo presidencial, promovendo a proximidade com as populações e a projeção de no estrangeiro; sendo marcado ao mesmo tempo pela tensão política com os governos de e pelo polémico caso TDM (Teledifusão de Macau)

BiografiaInfância

Nascido no número 153 da Rua Gomes Freire, na extinta freguesia do , na cidade de , Mário Soares foi o segundo filho do professor e antigo sacerdote (, , 17 de Novembro de 1879 – , , 31 de Julho de 1970), fundador do em Lisboa, Ministro e depois activista Republicano Anti-Fascista, e de sua mulher Elisa Nobre Baptista (, , 8 de Setembro de 1887 – Lisboa, Campo Grande, 28 de Fevereiro de 1955), proprietária duma pensão na .

Quando nasceu, o pai e a mãe já tinham filhos de relações anteriores — Rogério Lopes Soares de mãe desconhecida e Lopes Soares (, , 30 de Dezembro de 1906 - ?), que já tinha quase 18 anos quando ele nasceu, filho de e de Joaquina Ribeiro da Silva, o qual foi -, casado com Maria da Conceição Gaudêncio, filha de e de sua mulher Claudina de Almeida Henriques; e J. Nobre Baptista e Cândido Nobre Baptista, de 17 anos, que era filho de Elisa Nobre Baptista mas dum casamento anterior.