VII

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» W I N S L O W

Assim que entrei na sala senti o calor do ambiente rodear o meu corpo, o tapete de inverno aquecia meus pés gelados, com a correria eu acabei por me esquecer de colocar os saltos, e agora estou agradecendo mentalmente por isso. A sensação macia em meus pés é reconfortante e eu poderia facilmente me deitar naquele tapete e dormir por horas.

Os passos de Jaden ecoavam atrás de mim, eu sentia seus movimentos e o olhar sobre mim, mas apenas continuei parada a degustar da sensação nos meus dedos. A sala na realidade é um quarto do mesmo tamanho do outro onde eu estava antes, porém este possui móveis mas sofisticados e uma cama não tão grande. Tudo é branco, desde as cortinas, as paredes e até mesmo os objetos decorativos.

Eu nunca gostei de cores neutras, as cores vibrantes sempre me atraíram mais, como verde e azul, é como se as cores afastassem parte da tristeza das pessoas. Porém todo esse branco me faz sentir relaxada, eu poderia ficar a observar as paredes por horas, sem pensar em mais nada.

Pureza. — a voz de Jaden soou bem próxima de mim, fazendo-me estremecer e ter a pele toda arrepiada.

— O que tem a pureza? — Perguntei pressionando meu dente contra o lábio inferior.

Hossler andou de um lado para o outro, parando na minha frente e ficando um tempo a encarar os meus olhos.

— O branco do quarto. Eu exigi que meu quarto fosse inteiramente branco, sem nenhuma outra cor em destaque. Sabe o por quê de eu ter feito essa exigência — Neguei com a cabeça. — Cada cor representa algo, tem um significado diferente. O branco é a cor da pureza. Eu trago muitas garotas pra cá, quero que elas se sinta puras e inocentes sempre que entrarem. Mas com você é diferente, Elizabeth, você é pura de verdade e não precisa que uma cor te deixe assim.

Deixei que minha mente absorvesse cada palavra dele de forma lenta, a pureza presente em mim não vem de cores ou de sensações, é apenas reflexo da minha vida, tudo o que eu fiz ou deixei de fazer, e não serão cores ou sensações que irão tirar a minha pureza.

— Não acho que uma cor pode mudar o jeito de uma pessoa, Jaden. — Opinei.

— É claro que pode mudar Elizabeth, nem que seja por um momento. Todas as meninas que pisaram neste quarto se sentiram mais calmas e puras com todos esse branco, e aposto que se fosse vermelho teriam se sentindo mais safadas. — Retrucou Jaden, se sentando na cama depois de ter tirado os tênis. — Queria muito que o quarto fosse vermelho agora. Seria interessante ver a sua reação à cor. — Riu de leve, deixando amostra seu lindo sorriso.

— Não gosto de vermelho. — Admito a brincar com os meus dedos cabisbaixa. Vermelho é uma cor muito forte e com muitos significados, nunca me atraiu assim como os tones neutros. Minha mãe contava que quando eu ainda era um bebê me recusava a vestir qualquer coisa que fosse vermelha ou preta, então sempre fui assim.

— Ninguém como você gosta de vermelho. Mas eu tenho certeza que você vai gostar em breve. — Jaden concluiu e eu engoli seco, sem saber o que dizer em seguida. — Bem, precisamos ter uma conversa muito séria, Elizabeth.

— Conversar sobre o que? — Perguntei um pouco sem jeito, sem ter ideia se eu poderia me sentar ou não, mas por sorte Jaden indicou que eu fosse até o seu lado e me sentasse na cama também.

O colchão de molas é extremamente confortável e um enorme desejo de me deitar e dormir naquela cama surgiu.

— Sobre você ser prostituta, pelo visto não vai dar certo. Mas você precisa se acostumar com isso, não tem escolha. Não posso desistir de você e deixar que volte para a Inglaterra, o Josh iria ficar louco por perder uma garota e sua irmã ainda sofreria as consequências. — Ele começou e limpou a garganta para que continuasse. — Precisamos de uma solução, eu não posso e nem vou ficar te resgatando sempre que começar a chorar porque não aguenta a pressão de se prostituir.

Innocence | Jaden HosslerOnde histórias criam vida. Descubra agora