001

4.2K 418 217
                                    

" Tudo é questão de talvez. Talvez minha vida mude agora, talvez mude em 20 minutos, talvez tivesse mudado se eu não tivesse me entregado. Nada é certo demais para dizer " sim ou não ". O talvez sempre é a melhor resposta? Talvez..."

S/n Grazer

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

S/n Grazer

É uma manhã fria em Londres, estamos no final de fevereiro e o frio ainda prevalece. Nunca gostei do calor, por isso dias como esses são os melhores para mim, tudo aparenta ser mais calmo e sem agitação de calor.

Ando pelas ruas tão movimentadas dessa cidade de onde eu nunca sai. Parece que meu mundo se resume à Londres. Como se o resto não importasse. E não importa, pelo menos para mim.

Paro em frente ao café que fica no final da rua da minha casa, onde moro com a minha mãe e meu irmão mais velho. Analiso meu reflexo no espelho, eu não sei o que fazem as pessoas me acharem bonita, porque eu mesmo sei que não sou. Minha aparência, não importa o quão boa esteja, vai sempre ser ofuscada pelo meu interior horrível e repleto de pensamentos obscuros e pervertidos.

Entro em um ônibus que vai para o centro, sento - me no fundo, onde não tem ninguém. Tiro meu celular junto aos fones do bolso de trás do meu jeans preto e a inconfundível voz da Lana Del Rey começa a tocar. Eu gosto de músicas assim, como as dela, além de punk rock, claro.

Fico tão distraída com as músicas que quase não percebo quando o ônibus chega no ponto que eu tenho que descer, mas por sorte consigo sair em cima da hora.

Vou caminhando sem pressa até o centro comunitário, ainda ouvindo música. Não estou com a mínima vontade de participar dessa terapia em grupo, só estou fazendo isso pela minha família, ou o que sobrou dela. Mãe e apenas um irmão, desde quando isso é família?

Entro pela porta de trás do grande centro comunitário, já que se entrasse pela frente iria ter de andar muito até a sala onde o grupo se reúne.
Entro no local onde todas as cadeiras estão postas em uma roda, nem todos chegaram ainda, apenas uma garota com os cabelos cor de fogo e dois garotos morenos com os cabelos cacheados.

Sento - me ao lado da garota e ficamos em silêncio até todos os 11 participantes do grupo chegarem. A psicóloga que é responsável pelo grupo vai até o meio da roda e inicia seu habitual discurso.

- " Sejam bem - vindos ao grupo de apoio. Eu sou a psicóloga responsável, Srta. Grace e eu estou aqui para ajudar vocês. - Ela fala com um sorriso simpático que a minoria retribui. - Todos aqui tem algo em comum. Alguém pode me dizer o que é? - Ela passa os olhos por todos, mas ninguém toma a iniciativa, então eu decido fazer isso.

- Temos um vício em comum. - falo - uma obsessão para ser mais exata.

- Muito obrigada pela sua iniciativa, eu achava que muitos aqui eram tímidos. - Eu sou tímida - penso.

Só falei porque ninguém nessa porra de grupo disse nada.

- O que a Sra... - Ela aponta para mim perguntando meu nome.

- S/n. S/N Martell. - falo à ela.

- O que a Srta Martell disse está correto. Todos que estão reunidos aqui tem um certo vício em comum e vieram até essa terapia em grupo porque querem deixar isso no passado.

- Não vim aqui porque eu quis. Estou aqui pela minha mãe, caso contrário não perderia meu tempo aqui - um garoto moreno com os cabelos um pouco grandes que está do outro lado da roda diz. Ele está de óculos ray - ban, seu jeans preto tem a mesma cor da camiseta e de suas botas. A Srta Greice se coloca a frente dele, lançando - o um olhar desaprovador orem calmo.

- Você deve ser novo aqui! Qual o seu nome rapaz?
- pergunta ela.

- Aidan Gallagher. - ele responde frio.

- Bem Sr. Gallagher...

- Me chame de Aidan e não por esse caralho do meu sobrenome. - ele retruca grosso, fazendo a psicóloga suspirar e concordar com a cabeça.

- Aidan, você está aqui pela sua mãe e tenho certeza que graças à ela, você vai conseguir largar o vício.

Não sei como ela ainda está calma.

- Certeza? Nada é certeza. Tudo é questão de talvez - Aidan diz, com um olhar para o chão mostrando que não se importa com tudo isso.

- Talvez eu me livre do vício, talvez não. Nada é certo nessa vida. A única coisa da qual temos certeza nessa vida é que vamos morrer. Então não me diga que tem certeza que eu vou conseguir.

Todos permanecem em silêncio, um silêncio envergonhado e cheio de pensamentos adicionais.
Srta Greice está com uma expressão chocada, diante do que acabou de ouvir e abre a boca várias vezes sem ter o que dizer.

- Ok... continuando... - ela desvia do assunto rapidamente. - Alguém poderia me falar um pouco sobre o vício? - E mais uma vez não se tem voluntários.

- O que podemos dizer sobre o vício? - digo do nada, me afundando ainda mais na cadeira.

- Bem, me expliquem um pouco sobre... "

- Explicar o que? Não temos nada para explicar. - a interrompo, endireitando - me na cadeira e encarando - a. - Você só está reunida com um grupo de adolescentes obcecados por sexo, não tem como explicar. - concluo, tendo olhares de aprovação em minha direção.

Todos os créditos a blcksweet que me permitiu fazer a adaptação desse livro maravilhoso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Todos os créditos a blcksweet que me permitiu fazer a adaptação desse livro maravilhoso.

>>><<< beijos

𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨n, 𝖆.𝖌.Onde histórias criam vida. Descubra agora