Capítulo Único.

1.8K 266 226
                                    


Ele não queria ter aquela conversa, mas sabia que precisava.

Na verdade, Sam sentia que precisava já há algum tempo. Desde que ele e Bucky começaram a se envolver, ele sabia que iria ocasionalmente acabar se apaixonando. Apesar de terem combinado ser apenas um lance casual, Sam sabia que Bucky também se sentia assim, porém, o que eles tinham não satisfazia mais Sam. Ele queria mais, e sentia que seu parceiro também.

Bucky o olhava como se Sam fosse a única coisa existente no universo, mas por que toda vez que Sam segurava sua mão, ele se afastava?

Pode parecer bobo, mas Sam não queria apenas os lábios de Bucky aos seus enquanto eles estavam entre quatro paredes, porém também abraçá-lo enquanto caminhavam pelas ruas e beijá-lo em meio ao Central Park.

Ele queria estar com Bucky, fazer coisas bobas de casais, ir à encontros, ficar em ligação até um dos dois pegar no sono e brigar por bobagens - se bem que parando para pensar, eles já faziam isso, então podia-se chamar de avanço?

Mas acima de tudo, ele queria entender porquê Bucky não o queria também.

Ele se dirigia ao apartamento de Bucky no fim de tarde de uma quinta-feira nublada, parecia que a natureza sentia o que Sam estava sentindo; o caos em sua mente e a tempestade em seu coração, tudo doendo e fazendo seu olhar ficar cinza tal qual o céu, mas ele esperava conseguir melhorar tudo isso hoje. Ou então seguir com sua vida, mesmo que chova, alague seu peito e ele transborde.

-- Oi, Wilson. -- Bucky diz ao que Sam entrou no apartamento do mesmo. Ele sorria sacana, e parecia não ter entendido o que se passava na mente do homem a sua frente. Ele se aproximou de Sam, e tentou beijá-lo, mas o mesmo recuou. -- O quê?

-- Nós precisamos conversar. -- Esse era o segundo conjunto de três palavras que Bucky mais tinha medo de ouvir. Isso por causa que nunca vinha acompanhado de boas notícias. O primeiro conjunto talvez fosse porquê ele não estivesse acostumado a ouvir.

-- Oh... -- Foi tudo que ele conseguiu dizer, e fez sinal para que Sam se sentasse no sofá, sentando-se na poltrona a frente dele.

-- Eu não sei bem como começar essa conversa... -- Sam deu uma pausa, e um suspiro baixo saiu de seus lábios junto com um breve fechar de olhos. -- Buck... O que nós somos?

O de olhos azuis o olhou confuso por alguns segundos, até que entendeu o que ele queria dizer e onde essa conversa chegaria, o que o fez se encolher um pouco no lugar onde estava sentado.

-- Por que isso agora? -- Bucky pergunta.

-- Nós estamos tendo isso há meses. Eu passo mais tempo com você do que qualquer um. A gente se beija e parece que nascemos para isso, um para o outro. Eu sei que você também se sente assim pela forma como você me olha sempre que terminamos de nos beijar. Antes de você perceber que estamos próximos demais e que está me encarando em vez de prosseguir. Toda vez que você me toca, meu corpo se arrepia como se fosse a primeira vez. Mas toda vez que eu penso que vamos passar para o próximo nível, você recua, e me deixa sozinho e confuso. -- Sam agora estava de pé, e falava tudo olhando para Bucky, que não conseguia o olhar de volta. Mas não era vergonha o motivo dele não olhá-lo, e sim medo, medo que Sam visse a bagunça que ele era. -- Eu não preciso que você se ajoelhe e diga que me ama, mas só me deixe entendê-lo. Eu não quero te perder, mas não sei se consigo continuar assim.

Bucky mordeu o lábio, uma lágrima escorrendo de seus olhos, caindo em sua perna e penetrando no tecido de sua calça. Sam não percebeu, como não percebia que Bucky também queria estar com ele, mas apenas não sabia como.

-- Eu não sou o que você precisa. -- Foi a resposta dele diante de tudo que Sam falou, e a expressão do negro só se indignou ainda mais.

-- Você não pode dizer o que eu preciso ou não.

Naked • Sambucky Onde histórias criam vida. Descubra agora