Empire State Of Mind

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Na selva de concreto de Nova York onde os grandes sonhos são feitos 
Não há nada que você não possa fazer
Agora você está em Nova York
Estas ruas farão você se sentir novo (novo)

[...]

Seis meses depois dos dias atuais

Eu não conseguia me mexer. Tudo doía de uma forma mortal. Meu olhar estava focado no céu nublado, mas não era porque eu queria, estava paralisada e meu campo de visão não alcançava mais nada. Foi quando eu me lembrei que não estava sozinha. Quase simultaneamente senti algo molhado em meus braços, minha cabeça.. Não tinha jeito, me esforcei para olhar e me arrependi amargamente. Era uma poça de sangue.

Eu só conseguia torcer para que fosse meu e não daquela pessoa apagada ao meu lado. Eu merecia o que estava acontecendo, não ela. Era muito injusto.

Meu coração perdeu algumas batidas. Eu queria chorar, gritar, fazer qualquer coisa, mas eu não conseguia. Meu corpo não permitia. Estava sem forças e lentamente tudo vinha ficando desfocado. Ouvi vozes e alguns gritos. Não nessa ordem. Eu não era mais capaz de distinguir nada.

Senti toda minha energia se dissipar e o clarão veio. Me permiti fechar os olhos e abracei de bom grado o que me aguardava, era melhor do que me esforçar para ficar acordada sentindo tanta dor.

Tudo apagou.

Dois meses antes dos dias atuais

BLAIR

Sabe quando você tem o pressentimento que algo muito ruim irá Ihe atingir de qualquer maneira?

Sem que ao menos tenha a capacidade de evitar? É como ter o dom de prever o futuro, mas não ter a capacidade de altera-lo, tornando-se, assim, uma maldição.

Eu senti isso por todo aquele horrível mês, e, bem, como sempre eu estava certa.

Meu pai conseguiu. Ele acabou com a nossa família. Tudo por causa dos seus vícios insaciáveis em jogos de azar. Minha mãe, como não poderia ser diferente, continuou ao seu lado, mesmo sabendo que o nome Waldorf estava na lama por sua causa. Eu não a culpo, o amor pode nos cegar às vezes, pelo menos é o que dizem.

  Foi aí que me mudei da Califórnia para Nova York. Morar aqui sempre foi meu sonho, mas, com todo o dinheiro que a minha família costumava ter, eu esperava no mínimo uma cobertura no Upper East Side. Não aquele quarto sufocante de pequeno que eu precisei alugar. Juntei todas minhas economias e precisei vender algumas joias para estar aqui e conseguir me manter. Eu tinha que ajudar a minha mãe, mas eu não conseguia de jeito nenhum! Que droga! Esse peso nas costas vai acabar comigo... eu sei que vai.

  Fui chamada para algumas entrevistas e meu currículo era perfeito. No entanto, nenhum daqueles trabalhos seriam o suficiente para cumprir minha missão antes do tempo certo. Era uma forca, e quase todas as partes do bonequinho estavam completas.

Estava desesperada e completamente perdida andando pela quinta avenida com todas aquelas vitrines que antes sempre me chamaram tanta atenção, eu me sentia burra e fútil, mas mesmo assim, tudo que desejava, era parar na frente da Tifanny's com um croissant e um capuccino da mesma forma que Holly resolvia seus problemas.

  O frio que estava fazendo naquela tarde era fora do normal e com o passar do tempo eu não iria mais aguentar caminhar, já estava longe do que chamava de "casa". Eu caminhei tanto, pensando que no meio do caminho algum milagre ia acontecer. Eu ia ter alguma ideia, mas até agora nada.

  Eu sentia falta da Califórnia, sentia falta de quando éramos uma família de verdade, das minhas "amigas" e principalmente do que um dia Louis fora. Era tudo tão mais fácil, eu não precisava me preocupar com o que gastava, com quem ia me tornar na vida, eu não precisaria ser nada além de uma socialite se assim eu quisesse...

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