Capítulo 61

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Juntou as mãos na altura do peito e fechou os olhos com força, como se tentasse acordar de um sonho.

- Não é um sonho. - Ele avisou.

- Você está aqui, isso só pode ser um sonho. Não é real! Eu te vi desaparecer.

- Na luz? - Ele acrescentou.

Arregalou os olhos desentendida.

- O que? Como sabe? - Serrou os punhos.

Molhou os lábios e respirou fundo, reunindo forças para enfrentar as várias perguntas que estariam por vir.

- Eu posso explicar em casa? - Se constrangeu pelos olhares que atraíam.

- Não, você não entra em casa sem me explicar tintim por tintim, Khan. - Cruzou os braços com uma expressão raivosa.

Se sentiu ofendido pelo tom de voz tão cheio de amargura de Miso, mas não negaria que ela tinha toda razão para estar daquela maneira.

- Posso explicar no escritório? - Apontou com o queixo para a porta próxima a eles. Ela concordou, seguindo rumo ao local.

- Pode começar a falar! - Se sentou na cadeira, o analisando dos pés a cabeça. As roupas não estavam em um bom estado, assim como os cabelos presos em um rabo de cavalo frouxo. O queixo continha uma rala barba, causando estranheza em Miso. 

Os traços que simulavam pupilas tremiam desconcertadas nas orbes peroladas.

- Juro não me lembrar tão bem das coisas... - Levou uma das mãos até a lateral da  cabeça. 

Conforme Han se lembrava, ele dizia. 

FLASHBACK ON

Por sua sorte, antes que tivesse o seu contato com a água do mar, já havia morrido. O seu corpo esteve a deriva por algumas horas, até ser encontrado na praia do Templo Das Cachoeiras, ainda no País Das Almas. Han foi levado até o monge mais influente da região.

- Ele está morto há um pouco mais de vinte e quatro horas. - Disse o senhor com suas mãos sobre o corpo pálido. Analisou o jovem falecido, levantando uma de suas pálpebras e checando os olhos perolados.

- Foi uma morte trágica. Não poderia listar a quantidade de fraturas. - Falou o outro monge em pena.

- Consegue trazê-lo de volta? - A criança perguntou.

- É uma vida pela outra... - Lamentou.

- Eu dou a minha vida pela dele. - O segundo monge estava comovido pela situação do corpo.

 - Mas o senhor não conhece esse homem, como pode falar assim? - A criança entrou em pânico.

- Sinto algo bom vindo dele. - Olhou para o monge principal. - Por favor, faça isso!

- Espero que tenha certeza disso.

- Ele deixou pessoas importantes. - Se deitou ao lado do corpo. - Não será em vão a minha morte.

Uzumaki Miso - A gêmea de NarutoOnde histórias criam vida. Descubra agora