Izuna sabia que estava dormindo. Não existia outra opção a não ser essa. Ou isso, ou tinha sido mandado para outra dimensão. O que tinha certeza que não era o caso. Três Tobiramas lhe encaravam com volúpia, os olhos negros, a boca sorridente, os corpos nus exibindo três ereções dignas de um suspiro seu.
Ele só podia estar sonhando.
Queria conseguir brigar consigo mesmo, odiar-se por estar ali, esticando a mão e tocando no peitoral do primeiro. Queria detestar a sensação dos lábios do segundo contra seu mamilo. Queria repudiar com toda sua força o terceiro que agora levava a boca às suas bolas.
Mas não conseguiu. Pelo contrário, tomou a cabeça para trás, abrindo as pernas, oferecendo-se. Afinal, dormia. E nos sonhos, ele podia fazer o que bem entendesse. Inclusive fugir da sua realidade católica, fugindo do seminário, das rezas e das punições.
Naquele ambiente controlado por sua mente e seus desejos mais obscuros, ele podia ser livre. Por isso se entregou, esticando os braços e abraçando uma das versões de seu padre favorito, trazendo-o para um beijo fervoroso, enfiando a língua na boca dele enquanto o outro babava em sua entrada, preparando-o para o que viria.
Tobirama jazia em pé nas sombras. Ali, no quarto de um de seus alunos, ele mantinha-se parte da noite, sua verdadeira forma acionada, permitindo-lhe fazer tudo aquilo: camuflar-se, provocá-lo.
Sua existência se resumia naquilo: vagar pela terra, buscando a fraqueza de quem lhe chamasse a atenção, usando tudo contra ela, obrigando-a a perder aquela luta, submeter-se a ele, seja na dor, seja no trauma, na raia, ou, no caso de Izuna, o prazer.
Ele era um bom menino. Bom demais até. Aluno perfeito, filho devoto. Um dos melhores seminaristas daquela eucaristia. E não só isso — a ideia de destruir aquela pose perfeita — que lhe chamou atenção. Ele era um caso raro: um garoto delicado. Pele clara como a neve, cabelos negros azulados, um olhar carregado de baixas chamas, como se esperasse apenas um sopro certeiro para esvoaçarem pelo caminho.
E quando se esgueirou dentro da mente dele pela primeira vez, descobrindo que ele escondia uma atração tão violenta, Tobirama o escolheu oficialmente como seu novo alvo. E aquela brincadeira seria incrível. Ele torceria Izuna até extrair a última gota de inocência.
Aquela noite era apenas um prelúdio, um presente. Ali, nas sombras, seus olhos não desprendiam do garoto, enviando-lhe todo tido de estímulo mental. Izuna estava grunhindo baixinho, começando a se entregar. O seu eu do sonho dele estava beijando-o, um outro lambendo-o o pênis, o outro o mamilo.
Ele viu Izuna remexer uma das pernas, as costas querendo se arquear. Sorriu, aumentando a intensidade do sonho.
Izuna não imaginava que estímulos em várias partes do corpo fossem assim. Ele não conseguia respirar! Já havia sonhado com Tobirama antes, não podia negar. Desde que ele chegara no seminário, com seu cabelo sutilmente desgrenhado, seus olhos negros, seu corpo alto...
Tinha plena consciência de que era errado, de que pecava. Mas enquanto ele ficava lá, em pé, a bíblia na mão, a voz grossa lendo as passagens com emoção... A forma como os braços dele pareciam grossos por debaixo da batina ao esticar-se e dá-lo a hóstia... Izuna tinha se perdido naquele rosto erótico desde o primeiro dia. E desde então era assombrado com sonhos molhados em uma frequência assustadora.
Tobirama era um bom padre. O aconselhava sempre que precisava, e outro pecado seu era este: ir até o confessionário apenas para senti-lo próximo de si, para ter uma desculpa. Quando voltava para o quarto, estava sempre tão duro que as bolas doíam, mas ele não se aliviava. Não, ele apenas convivia com o pecado.
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Forgive Me Father, for I Have Sinned
FanfictionIzuna tinha uma vida pacata no monastério... Até o novo padre chegar.