- Juliet, my girl.

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Continuava com aquela mesma musica irritante em sua cabeça, que se pedirem, ele saberia tocar ela de olhos fechados. Amava tocar, porém com o passar dos anos, ele foi perdendo seu brilho.

Ele tocava no modo piloto, não se esforçava para melhorar, pois o que ele tocava era o suficiente para sua banda. Não via necessidade em se esforçar naquilo.

Ele não se sentia vivo a bastante tempo, desde de que sua mãe se foi, e a única coisa que mantinha ele bem, era a música. Mas agora, nem isso.

— o ensaio foi bom hoje em meninos. - heesung comentou, assim que acabaram de tocar sua música. — Jay, sua música realmente é muito boa.

— porém, estamos tocando ela a 4 meses seguidos por eu não conseguir algo novo. - Jay respondeu sem humor, se sentando no sofá que havia ali.

Todos no recinto suspiraram, já que o que ele tinha falado era verdade. Os outros membros até poderiam tentar escrever uma música para banda, mas nenhuma seria tão boa quanto às de Jay.

Ele colocava todo sentimento em suas letras, mas quando não se sente nada, não tem como depositar nada em um papel.

Última vez que ele escreveu uma música foi quando sua mãe completou um ano de morte. Foi um dia triste para todos, Jay só conseguiu se acalmar quando colocou tudo pra fora em um papel.
Ele precisava estar sentindo um sentimento muito forte, para poder colocar tudo em uma música.

Naquela mesma noite, ele e sua banda teriam que mais uma vez tocar àquela música. Não é que Jay detestava ela, mas eram muitos gatilhos vindo de uma vez só. Lembra de muitas vezes que teve segurar o choro, por se lembrar dela.

Ele fez a música em homenagem a sua mãe, a música é mais como um desabafo, pois fala literalmente tudo que ele sentiu e ainda sente pela perda de sua mãe.

E lá estavam eles, as cortinas fechadas, instrumentos ligados, Jay no meio com seu microfone e guitarra.

Em qualquer outro dia, daria para ouvir seu coração batendo pelo microfone, mas como estavam no galpão - um lugar que gostavam de tocar quando estavam com a agenda vazia, por ser um lugar pequeno e ter poucas pessoas. - ele estava mais calmo. Gostava de plateias pequenas e calmas, dava menos trabalho.

As cortinas abriram, revelando entre 120 pessoas ali,o que fez Jay sorrir fraco; como sempre antes de começar a tocar, deu uma bela olhada para a plateia, analisando as pessoas ali - a maioria com os celulares na cara, para gravar a apresentação, o normal.

Ele fechou os olhos e começou a tocar.
(Coloque juliet para tocar, para melhorar experiência.

“eu preciso chorar, mas nada sai dos meus olhos, ou da minha cabeça, será que eu morri? ”

Ele achava que sim.

“eu preciso correr, mas não consigo levantar da cama por ninguém, não por você, não..”

Lembra de dias em que estava deprimido em sua cama e sunghoon tentava de tudo para o animar, mas como não conseguia, se deitava ao seu lado e o abraçava, e isso de certo modo, fazia ele se sentir vivo, os pequenos detalhes.

Havia uma pequena ponte no meio da música, então Jay aproveitava para ver a reação das pessoas, mas todas estavam com seus celulares na cara, o que frustava ele, mas havia uma pessoa ali que estava sem o celular na cara, ele estava apenas olhando para Jay com os olhinhos brilhando, prestando atenção em cada palavra de Jay. Isso de certo modo deixou o coração de Jay quietinho, então sorriu para o garoto, esse que de imediato corou ao ver que Jay o encarava.

"Meu menino azedo, é um sofrimento, eu quero atirar na cabeça dele, mas sentiria falta dele ao amanhecer "
Essa parte o lembrava de Niki, o baterista, naquela época, Niki passou algumas semanas em sua casa, por não querer deixar o garoto sozinho ali. Muitas vezes acabava se estressando é querendo o mandar embora, mas sabia que não conseguiria sobreviver se ele não estivesse ali.

“dói bastante, quando preciso tanto, mas não posso vê-la, minha Julieta, minha garota especial. "

Ele deixou uma lágrima cair. Por mais que já tenha se passado bastante tempo, ainda doi. O maior erro de Deus foi nos dar a memória, por que as lembranças são as coisas que mais te machucam quando alguém vai embora.

É mais uma vez ele olhou para platéia, vendo aquele mesmo garoto chorar consigo, limpando as lágrimas com seu moletom verde uva. Jay fez um pequeno sinal para ele manter a calma, vendo o garoto sorrir com aquilo.

“mas eu quero que ela, olhe pra mim é pense "merda, ele está tão lindo"  Algo que nunca vou conseguir escutar. ”

- uma simples canção. - JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora