✦ five

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colson's pov

— Eu nem sei cozinhar, como você espera que eu saiba do que vocês precisam? — era quase cômica a maneira que eu estava discutindo com o Dominic sobre o que ele deveria comprar de comida para ele e a Halsey.

Joguei a minha mochila em um canto qualquer do estúdio e me sentei no sofá, escutando o Mod e o Dominic discutir sobre ingredientes e coisas do gênero pela ligação, pelo menos isso ajuda a passar o tempo, já que a minha banda ainda não chegou. Esses filhos da puta devem estar com uma ressaca terrível, bem feito. Até dei risada do meu próprio pensamento.

— Tá rindo do que, Colson? Não tem graça, eu não sei mesmo diferenciar os tomates bons dos tomates podres. — Dominic choramingou do outro lado da linha e agora sim eu estava gargalhando deles.

— Eu tenho que trabalhar, não sou vagabundo igual a vocês.

— ESCUTA AQUI, COLSON!

Dominic gritou no meu ouvido, deve ter faltado pouco pra afetar minha audição, e eu desliguei na cara dele antes que pudesse continuar, consigo visualizar perfeitamente a expressão de indignado no rosto dele. Logo vejo Rook e Slim passar pela porta, cabisbaixos, enquanto o Travis parecia elétrico brincando com as baquetas entre os dedos.

— O que aconteceu com vocês? — eu já sabia a resposta mas perguntei mesmo assim.

— Dor de cabeça, cara. — Slim respondeu, sem força nenhuma, e eu soltei uma risada sem querer. — Sério, Kells?

— Eu fumei mais do que vocês e to ótimo.

— Isso é porque você é um filho da puta. — Rook respondeu revirando os olhos e eu não contive a risada.

— Acorda, porra. — seguro uma das almofadas e jogo na cara dele. — Temos que terminar de gravar uma música.

— Tinha que ser hoje? — Slim resmungou.

— Porra, vocês estão piores que os meus filhos. — Travis negou com a cabeça.

— Ah, é. Ontem você tava transando com quem? — pergunto.

— O Travis transou? — Rook pareceu extremamente confuso. — Ele transa? Mas ele não é, tipo... velho?

Agora foi a vez de Travis arremessar uma almofada no rosto dele, eu e Slim caímos numa gargalhada terrível, a barriga chegou a doer.

— Vê se me respeita, criança. Eu tenho é história pra contar.

— Porra, Travis. Você falou igual um velho agora, não tem como defender assim. — ele mostrou o dedo do meio. — Seguinte, já que as princesas não estão se sentindo bem, podem ir para casa, eu consigo resolver isso.

— É o mínimo, afinal eu tenho meus direitos trabalhistas. — Rook levantou.

— Mano, você não faz porra nenhuma. Vaza daqui logo. — ele me deu dedo do meio, que mania as pessoas têm de fazer isso para mim.

— Até depois, cara. — me despedi do Slim com um toque de mão e um breve abraço.

Depois me sentei de novo, dessa vez em frente ao console operador de som.

— Certeza que não está cansado? A gente pode terminar depois. — Travis perguntou e eu neguei com a cabeça em resposta. — Nem sei como você levantou hoje.

— Para ser sincero, nem eu sei. Acordei no sofá do Dominic, acho que no mínimo vou ficar com dor nas costas. Eu nem lembro como fui parar lá. — dou de ombros.

— Eu fui embora depois daquele beck, mas antes de ir eu te vi discutindo com alguém.

Franzo o cenho e solto uma risada sem entender, virando a cadeira para ele.

— Briguei com quem? — nada me veio em mente, eu realmente não lembrava.

— Sei lá, algum cara, você devem ter se esbarrado.

— Cara, que coisa estranha. Parece que alguém apagou a minha memória. — o assunto até me deu uma pontada de dor na cabeça, mas felizmente eu sempre tenho uma cartela de remédio guardada, apesar que eu nem costumo tomar.

Enfiei a mão no bolso para pega-lo e senti um tecido de renda entre meus dedos, tornei o meu semblante confuso e puxei o tecido dali, o Travis caiu na gargalhada, era a porra de uma calcinha. No meu bolso. Mas que porra?

— Por que diabos você trouxe uma calcinha?

— Cara... — fiquei em silêncio por instantes encarando o tecido enquanto o baterista continuava a rir. — Eu tava usando essa calça na festa, será que alguma doida colocou a calcinha no meu bolso?

A hipótese só fez o Travis dar mais risada, e eu revirei os olhos. É, definitivo, hoje tá sendo um péssimo dia para trabalhar.

— Será que você transou com alguém?

Me esforcei para lembrar de alguma coisa, eu não acredito que esqueci uma foda. Agora, pensando bem... eu lembro daquelas pernas. E eu lembro da provocação, foi quando ela mesma tirou a calcinha e me pediu para fode-la. Puta merda. É a única coisa que me lembro.

— Acho que sim... — respondo, vagamente. — Eu deveria ter descansado mais um pouco, to começando a ficar com dor de cabeça.

— Vai pra casa e descansa. — ele apoiou a mão em meu ombro em um gesto carinhoso. — E devolve a calcinha pra dona, cara. Ela deve estar sentindo falta. — riu.

— Se eu lembrasse quem é. — dei de ombros e me despedi com um abraço. — Mais tarde te mando uma mensagem.

— Beleza, vou ficar aqui por enquanto, caso precise de algo é só ligar.

Agradeci mais uma vez antes de pegar minhas coisas e sair do estúdio. Agora eu to com essa cena na cabeça e, surpreendentemente, o pouco que me lembro me deixou duro... Que porra de garota é essa que eu nem sei quem é mas não consigo parar de pensar?

bom dia, boa tarde, boa noite.
passando pra dar um breve sinal de vida.
até a próxima!

𝐁𝐑𝐄𝐀𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐑𝐔𝐋𝐄𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora