Robert entrou furioso na casa dos pais. Já era tarde da noite, eles jantavam calmamente enquanto duas empregadas esperavam ao lado deles, caladas.
- Então foi assim que conseguiram retardar a minha esposa de ir ao baile? E depois disso ainda deram um jeito de Rebekah estar lá, justo naquele momento?
- Robert Christian Perry Hale, onde estão seus modos? - Miranda repreendeu, largando o talher em seu prato. Levantou e foi até Robert, que se afastou dela - Robert...
- Vocês foram desprezíveis! Trancar a Savannah... Isso já foi longe demais!
- E o que vai fazer? Nos mandar embora? - perguntou Calvin, já irritado. Jogou o guardanapo na mesa e se levantou, caminhando até o filho.
- Não, sabem que não posso mandar vocês embora. Vou tomar medidas de segurança contra vocês. - avisou, irritado - Todos esses anos eu fiquei calado porque não queria escolher um lado, mas vocês acabaram de me fazer escolher um.
- É sempre ela, não é? Tudo que ela pede você faz, parece escravo dela. - Calvin resmungou. Robert estava mais irritado ainda, sempre que falava de Savannah era aquela birra.
- Vocês criaram essa situação por puro ciúme! Nunca aceitaram que eu encontrei o amor da minha vida da forma mais natural do mundo. E que ela não era rica! Isso que doía em vocês e doi até hoje. Quer saber? Eu vou embora e vou proibir a entrada de vocês na minha casa e nas nossas salas. E você, mãe... Savannah criou um código que a impede que chegar até a sala dela. Se chama "meus seguranças vão segurar você e te jogar no elevador de volta". Estejam avisados.
- Ela não pode ter tudo. - Calvin riu, tranquilo. Robert fez um careta, tomando aquilo como uma ameaça.
- O senhor está ameaçando a minha esposa? - Robert perguntou, erguendo uma sobrancelha.
- Cada um tem o seu ponto de vista. - Calvin deu de ombos, despreocupado.
- E o que achavam que iam fazer com aquela fita manipulada? Mostrariam para mim no dia do baile e eu ia acreditar que ela tinha saído do prédio? Francamente.
Robert saiu do mesmo jeito que chegou. Chegou em casa e viu Beatrice ajoelhada no sofá, preocupada. Vira o pai sair furioso de casa logo após pegar uma jaqueta no quarto e agora voltara assim.
- Pai...? Você está bem?
- Ah meu bebê, papai está um pouco triste. - confessou, se apoiando no sofá. Beatrice pulou para fora dele, parecendo urgente. Ele franziu o cenho, sorrindo ao vê-la voltar com um sanduíche em um prato de plástico e um suco de morango de caixinha - Onde está sua mãe?
- No banho. Aqui, papai. Mamãe sempre diz que a gente tem que comer para ficar feliz. Eu já jantei com a mamãe e então ela fez seu jantar. E eu trouxe meu suco favorito. - acrescentou, colocando o prato na mesa de centro. Robert riu, beijando o cabelo liso e castanho claro da filha.
Beatrice encarava o pai, sentada ao lado dele. Esperava que ele comesse logo então ficou esperando.
- Vou comer daqui a pouco, tudo bem? Vem aqui e me dá um abraço. - pediu, abrindo os braços. Beatrice riu, animada, então se jogou no colo do pai.
- Eu amo você, papai. - Beatrice sussurrou, a voz abafada no pescoço do pai. Robert sorriu, encantado com aquele pedaço de gente lhe abraçando.
- Também amo você, meu bebê. - respondeu, tocando o nariz dela - Vou comer agora, tudo bem? - a menina assentiu e saiu correndo novamente, dessa vez subiu as escadas - É adorável.
Robert continuou sentado no sofá pensando naquele DVD. E de tudo que descobrira dos pais. Não se pareciam em nada com os pais que conhecia. Os outros eram amorosos e atenciosos. Era daquilo que ele sentia falta.
- Savie, você acha que somos bons pais? - Robert perguntou, deitado em sua cama. Estava pronto para dormir, já tinha jantado e feito suas higienes e agora aguardava Savannah terminar de escovar os cabelos.
- Acho que somos. Beatrice nunca reclamou da gente. - concluiu - Por quê a pergunta?
- Sinto que meus pais foram... Não sei a palavra, mas não foram bons pais. Enquanto os pais dos meus amigos tinham atenção, eu tinha um motorista, um segurança e uma babá. Nunca me deram uma palavra de carinho, a única coisa legal que eles falaram foi: "você está vendo esse mundo? Ele é todo seu". - Savannah ergueu as sobrancelhas, rindo em seguida - Foi legal, eu tinha nove anos. O que eu quero dizer é que eu quero que a Beatrice tenha os melhores pais.
- O melhor pai ela já tem. - Savannah disse, sorrindo para o marido. Ele sorriu de volta, assentindo com a cabeça - Deixa de ser bobo, você é um ótimo pai. Vamos dormir, temos que descansar.
- Queria fazer amor com você hoje. - disse, virando de bruços na cama. Savannah o empurrou de volta a posição inicial - O que foi? Por quê me empurrou?
- Não! Eu pretendo dormir de verdade. E eu te empurrei porque você é perigoso, consegue subir em mim tão rápido e me imobilizar.
- Anos de montaria e jiu jitsu, você já deveria saber.
- Eu sei, mas não precisa ficar subindo em mim subitamente, meu amor. Vamos lá, meu dia foi lotado e eu ainda consegui abrir a cabeça.
- Tudo bem, vou cuidar de você. - Robert deu de ombros, deitando de frente para ela - Boa noite, meu amor. - desejou, beijando a bochecha dela.
- Boa noite para você também, meu amor. - desejou também, beijando a bochecha dele de volta.
Dormiram abraçados como sempre, exaustos.

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Strings
RomanceSavannah Riley Hanson tinha apenas 15 anos quando conheceu Robert Hale em uma de suas aulas particulares. Precisava ganhar dinheiro, claro, então se virava como podia. Ele, herdeiro de metade dos Estados Unidos; ela, uma menina humilde e tímida. Ele...