Capitulo Único

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Olá! Era pra ser uma oneshot razoavelmente curta, mas se tornou em uma bem grande porém com muita intensidade baseada nos personagens já muito bem desenvolvidos após três temporadas, portanto, espero que gostem!

Vale lembrar que é um conteúdo completamente explícito e recomendável somente para maiores de dezoito anos.

Por sua conta e risco!

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Depois que acordei no hospital e entendi tudo que tinha acontecido, eu nunca mais fui eu mesmo. Segui momentos e pensamentos que antes não me eram pertinentes, cheguei a conclusões que antes não chegaria e questionei coisas que antes não haveriam sequer a necessidade de serem questionadas.

Hoje, com meus pés sobre a Cathedral de Palermo, já não tinha mais tanta certeza sobre o que um ano atrás poderia ter colocado minha mão no fogo. Vim até aqui com um único objetivo: descobrir qual era ele.

Em minha mente só uma coisa ecoava: Hannibal, Hannibal, Hannibal.

Queria ouvi-lo, queria vê-lo, queria entender, nunca tive uma explicação, nunca entendi o motivo, mas dentre eles, eu sempre entendi tudo, e sabia o porquê.

Minha mente brincava com o resto do meu ser, e na realidade talvez nunca fosse entender, e tudo bem, não me importava, mas precisava disso, e esse era o motivo de ter construído um barco e viajado até a Europa pra encontrá-lo.

Quando Pazzi me mostrou aquela jovem foto de El Mostro, o tão procurado pelo assassinado inspirado em Primavera de Botticelli, meu coração pareceu aquecer, por motivos desconhecidos, mas ele era tão bonito hoje quanto há vinte anos.

Não que de alguma forma pude notar cada detalhe de seu rosto em 5 segundos que a foto me foi mostrada, mas, caso tivesse, teria notado que sua estrutura óssea o faz único, seus lábios tem um desenho que nenhum outro tem, seus olhos o penetram forte até mesmo através de uma fotografia, e cada pequeno detalhe parecia tão único, que era como se tivesse envelhecido como vinho.

Fui interrompido de meus devaneios quando Pazzi questionara se estava rezando, mas, mal ele sabia que minha mente vagava pra muito longe do que Deus representaria.

"Hannibal não reza. Mas ele acredita em Deus, intimamente." Dizia em voz calma, enquanto abria meus olhos e fitava o teto da Cathedral, deitado entre dois degraus.

"Não estava perguntando sobre Hannibal Lecter. Acho que minhas orações seriam constritas para os santos, os apóstolos, e Jesus onipotente." Disse o homem enquanto atravessava a faixa colocada pela policia local, e se sentava em um dos degraus próximos ao que eu me encontrava. "Espero que minhas orações tenham escapado, tenham viajado daqui para o céu aberto e a Deus."

"Rezando para pegá-lo?" Questionei. "Devia rezar para que ele não o caputasse." Afinal, Pazzi poderia ser bom, e não duvidaria disso, uma vez que ele sabia que era Hannibal o assassino mesmo vinte anos depois de sua última obra inspiradora.

"Não chefiei a polícia de Florença por nada."

"Não conseguiu pegá-lo quando era um garoto, o que te faz pensar que vai pegá-lo agora?" Novamente, não era querendo duvidar do potencial de Pazzi, mas as vezes, não era como se estivéssemos falando do mesmo homem.

"Você."

"O que o faz pensar que quero pegá-lo?" Naquele momento me levantei, e com passos lentos comecei a averiguar lentamente com meus olhos por todo o local, com as mãos nos bolsos, conseguia sentir o frio na espinha que corria como se não tivesse vestido uma roupa quente o suficiente. Por que falar de Hannibal me deixava dessa forma?

Cattedrale di Palermo | Hannigram Onde histórias criam vida. Descubra agora