Como eu o conheci

Capítulo I

   O artista dos olhos esmeraldas

Um lindo dia de primavera, flores desabrochando, passarinhos cantarolando e principalmente, o amor pelo ar ecoando, a primavera conhecida como a estação do amor, é a melhor época do ano para declarar-se a pessoa amada, mas não era uma época legal para nossa protagonista Emily.
   —ninguém me acordou né!?Que "ótimo"!—ironizou a garota com um péssimo humor.
  Emilly nunca fora alguém matinal, preferia ficar de noite acordada lendo livros de terror e escutando música, do que acordar às seis horas da manhã para se aprontar para o Colégio.
   — Mais um dia naquele inferno que eu chamo de escola.—lamentou a garota ainda sonolenta e com a cara amassada.
   Depois de se aprontar para o Colégio, desceu as escadas com pressa a fim de preparar rápido o café da manhã e pegar seu almoço, logo se depara com sua avó, ela se chama Mary, uma mulher nativa americana que se casou com seu avô em uma viagem para o Brasil, uma linda história diga-se de passagem.
   —Olá minha querida, não se preocupe eu já fiz seu café e seu almoço está sob mesa, tenha um ótimo dia, pequena! —acrescentou Mary com um tom doce.
  —Tudo bem vovó, obrigado! —disse Emily enquanto saía sem esperar resposta da mais velha.
   — tente fazer amigos... —suplicou Mary em um tom tristonho e baixo, quase como um sussurro.
Emily chegou à escola e foi em direção à biblioteca, tinha pegado um romance semana passada, após isso, adentrou em sua sala de aula ainda vazia por não ter tocado o sinal, obviamente não havia ninguém lá, para Emily o silêncio era confortável, logo teria que escolher um clube, não podia enrolar até o fim do ano, não porque queria mas infelizmente para ela era obrigatório e sua vó anda preocupada por sua falta de amigos.
Após as aulas decidiu visitar alguns dos clubes menos populares, quanto menos gente, melhor, após algumas visitas ela pensou em ir ao clube de artes, lá era muito silencioso e calmo.
  Ao abrir a porta seus olhos se cruzaram com os de um garoto que aos seus olhos parecia frágil e muito tímido, o garoto instintivamente se encolheu um pouco na esperança de esconder sua face, a garota o fitava da cabeça aos pés, ele estava pintando um vaso de girassóis, como aquele quadro de Vincent Van Gogh, seu avental era amarelo e estava um pouco sujo de tinta, ele usava o suéter e a blusa do colégio, mas ao contrário dos outros garotos, ele não usava uma gravata, ele usava um laço junto da blusa, vermelho com listras azuis, seus cabelos castanhos estavam expostos à luz que vinha da janela, seus olhos esmeraldinos faziam ela se perder neles, a luz do Sol ainda brilhava pois ainda era fim de tarde, uma cena digna de uma pintura.
—Qual é o seu nome? —perguntou Emilly em um tom calmo na intenção de fazer ele se sentir confortável com sua presença
  —E-eu me chamo Jade!—falou o menor com a voz trêmula.
  A garota tentou mas não conseguiu evitar dar uma risadinha.
  —Eu sei, meu nome não é um dos mais criativos— disse ele um pouco desconfortável com a situação
  — claro que não, eu acho um nome fofo, e combina com você!—disse Emilly tentando consolar o menor— de que ano você é? —perguntou ela tentando desviar do assunto incômodo.
  —Segundo ano...–disse o garoto ainda nervoso.
  —Então você é um calouro, né? Sou Emilly Cooper, sou do terceiro ano, prazer em lhe conhecer.

Foi assim que eu conheci o amor da minha vida.