Parte I

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Ela havia acabado de voltar.

Depois de anos em um internato estudantil apenas para garotas, ela havia acabado de completar a maioridade, por isso, voltou para casa há uma semana.

Seus irmãos a receberam contentes, não era como se estivessem felizes em lhe mandar para longe, mas infelizmente foi preciso. Como ômega em uma alcateia predominante por alphas e betas, não é possível passar os cios por ali, até ter idade parar tomar inibidores. A não ser que queira ser praticamente estuprada.

Bom, não é como um estupro em si, por que há consentimento. Há vontade. Mas, não há razão alguma nesse período. O corpo é totalmente dominado pelos instintos e é capaz de tudo para se saciar.

É por isso que Hinata passou a vida quase toda repudiando sua condição de ômega. Quase, por que se recusava a se sentir assim novamente.

Não poderia contar quantas vezes essa sensação de repúdio tomou conta de si, e o que pudera? Ela era uma ômega em uma família de alphas - com exceção de sua falecida mãe. Seus irmãos Neji, o mais velho, e Hanabi a mais nova eram alphas assim como seu pai e a grande maioria da alcateia do norte.

Normalmente não é assim. A maioria dos grupos são compostos por espécies bem divididas em si, porém, especialmente essa alcatéia lupina, carrega o maior número de genes de alphas.

Por isso são conhecidos como a alcatéia mais forte. Isso tudo graças a grande mistura de grandes clãs, que se juntaram e formaram konoha, a alcatéia suprema.

Era muito fácil reconhece-los.

Seus corpos são musculosos, bem formados e fortes, a estatura alta, voz firme e persuasiva, acompanhada de um tom grave. O temperamento hostil e arrogante. Não precisam se quer abrir a boca para que se perceba sua áurea incrivelmente dominadora. Seus instintos são tão intensos, que não é difícil tira-los do sério.

Talvez seja por isso que Hiashi nunca aceitou a condição da filha do meio. Os ômegas são totalmente o contrário. Além de submissos e temerosos possuem também corpos pequenos e frágeis.

E ainda tem o maldito cio!

Não é como se eles – os alphas -, não passassem por isso, só que a condição é muito menos humilhante.

Ômegas tem o cio de três em três meses, o tesão acompanha uma dor insuportável e ambos só se esvai quando é feito o acasalamento com Alphas.

Para a morena era desesperador saber sobre essa dominância, ser tomada por essa condição frágil e indigna. Implorar para seu corpo ser tomado sem qualquer pudor. Sem contar que é praticamente impossível fugir, uma vez que o cheiro do cio ômega, pode facilmente descontrolar qualquer Alpha que estiver a alguns metros de distância, e isso pode ocasionar a pior coisa para um ômega: ser marcado.

Para ela ser marcado é o pior de tudo. Ter suas vontades submetidas ou divididas a alguém. Estar sempre disposto a realizar suas vontades, e ter que carregar para sempre um elo mais forte que a morte, é um peso que não pretende ter tão cedo. E é por isso que repúdia tanto ser ômega. As vezes sentia que era como se tivessem sido feitos apenas para eles. Para ser marcados por eles, para carregar filhos deles. Até nisso são responsabilizados, pois no momento em que ocorre a ligação e a marcação, o nó prende a semente do Alpha no ômega, e por serem muito mais férteis, isso pode gerar rapidamente uma gestação.

Por isso a melhor e única escolha é tomar os inibidores.

Com os alphas, é bem diferente. No cio, que ocorre de seis em seis meses, também ficam incontroláveis, porém podem facilmente se satisfazer com qualquer espécie – sendo entre si, ou com betas – porém, a satisfação plena, só acontece com ômegas – a não ser que tenha um marcado. Sem contar que podem sempre se aliviar durante o cio, pois não há a chance de serem marcados.

Para Sempre - ABO - SasuHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora