Capítulo 3: Mon coeur.

31 3 4
                                    


Dois meses antes

Por volta das 23h30 da noite, Emilly estava deitada em sua cama, mexendo em seu celular, quando ouviu três toques na porta.

- Pode entrar - ordenou Emilly.

Henry abriu a porta e entrou.

- O que você quer? - perguntou Emilly.

- Vim te ver - respondeu Henry, enquanto sorria para ela.

Emilly o encarou.

- Sinto sua falta - acrescentou Henry.

- Eu sempre estive aqui - disse Emilly.

- Não como antes...

Emilly suspirou.

- Henry, não somos mais adolescentes, e somos irmãos.

- Meio-irmãos.

- De qualquer forma, é errado, sempre foi.

- Errado é relativo, éramos felizes, nos sentíamos bem. Não é errado se te faz feliz.

- Fonte: vozes da minha cabeça - caçoou Emilly - e eu me sinto mal até hoje.

- Então, você se arrepende?

Emilly procurou não responder e um silêncio se instalou.

- Papai teria um treco se descobrisse... - disse Emilly.

- Não vamos pensar na reação do papai, vamos pensar em nós.

Henry se aproximava cada vez mais de Emilly.

- Você não sente falta do meu toque? - perguntou Henry, com um tom suave - de quando eu chegava perto de você, e sussurrava no seu ouvido, mon coeur?

A respiração de Emilly ficava cada vez mais ofegante, enquanto ela fechava seus olhos.

- Não me chame assim...

Emilly estava a ponto de chorar.

Henry se curvou sobre Emilly e sussurrou em seu ouvido:

- Me diz o que você quer, é só dizer.

Emilly paralisou e sua respiração ficou mais ofegante.

- Eu quero que você saia daqui - ordenou Emilly.

Frustrado e chateado, Henry se levantou e se retirou.

Dias atuais

- Filha? - perguntou Angélica - Tudo bem?

Emilly voltou a prestar atenção em sua mãe.

- Sim, mãe?

- O que você acha da data?

- Data? De que?

- Não estava prestando atenção? Do evento beneficente, precisamos arrecadar mais dinheiro para o programa.

- Certo, será que dia?

- Dois de Julho, o que acha?

- Acho ótimo.

- Alguém aí falou em festa? - intrometeu-se Aba.

- Sim, e você vai se comportar - ordenou Angélica.

- Farei o possível, mamãe - Aba soltou uma risadinha.

Angélica encarou Aba.

- Mãe, eu queria trazer um amigo aqui - pediu Emilly.

- Amigo? - perguntou Angélica, com um tom de duplo sentido.

- Sim, mãe, um amigo.

Angélica fixou seus olhos em sua filha.

Exemplar Onde histórias criam vida. Descubra agora