Cap. 1

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Rodei o apartamento pela última vez, iria embora de London pela primeira vez desde a partida de Daniel, passeio pela casa e cada detalhe dela me lembra ele, não deveria ter deixado ele ficar com a decoração sozinho... — um sorriso leve saltou do meu rosto. — aquele bobão sempre fora teimoso, e perfeccionista demais para me ouvir. Era o que eu mais odiava nele, mas confesso que depois de sua partida, é o que mais amo. Porque só começamos a valorizar as pessoas depois que elas se vão? Queria ter dito que, amava mais cada detalhe seu, deveria ter dito.

Mas não irei me prolongar em arrependimentos, tudo que deveria ser feito, já foi. E o que me resta é seguir, porque ele me fez prometer que eu iria continuar, até que pudéssemos nos ver de novo depois da morte. Bobão novamente ele nem sabe se existe mesmo vida pós á morte... no entanto vou transcender e colocar bondade e fé, até na beira da morte, ele manteve o controle perto de mim, eu sabia que doía imensamente nele, mas ele sempre teve essa síndrome de protetor, ele cuidou de mim até o último segundo da sua vida, eu sempre serei eternamente grata a esse homem, por me deixar experimentar o cuidado de ser amada romanticamente, eu diria que foi mágico. — sentir uma lágrima escapar.

meu irmão interrompe meus pensamentos, levando as últimas malas para fora, então percebo que já está na hora, hoje Daniel irei recomeçar no condado de Galway, pensar numa vida sem você, tem me matado, planejei o resto dela com você. Mas se preciso ficar por causa de você, então não irei me abster! Cuidarei desses adolescentes assim como você cuidou de mim, você sempre me falou que eu deveria me envolver mais, talvez assim fosse mais fácil conecta-los á matéria, e é isso que eu pretendo. Depois que você se foi, eu já não tenho mais nada á perder, eu já perdi tudo que eu tinha. Então é pé no freio e torcer para que eu não morra nessa caminhada sem você.

Vou até a saída, viro a última vez, dou a última olhada na casa e suspiro, aqui vivi os melhores momentos de minha vida, espero que outras pessoas possam viver também, mas até a eternidade deles, ou que só saíam para aumentar o espaço para as crianças. Daniel odiava a ideia de ter filhos, já eu não, mas abdiquei disso por ele, afinal, o que é o amor se não alguns sacrifícios? Eu não me arrependendo de ter feito isso, nenhum segundo se quer, não me arrependo de nada e que alívio isso me trás.

Fecho á porta e desço as escadas do apartamento, abro a porta do carro, Anthony me olha e da um sorriso.
— Pronta irmãzinha? — indagou ele. — Não muito, mas nunca vou saber se não tentar! — respondi com um sorriso. Ele assentiu e ligou o carro e assim começou a minha ida até o aeroporto.

Reaprendendo a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora