Uma manhã normal em Brooklyn. Crianças brincando no pátio, alunos voltando para casa em uma tarde calorosa de julho. Nada fora do comum, era o que os cidadãos pensavam.Na noite do mesmo dia, a delegacia de Brooklyn estava um caos, famílias desesperadas relatando os desaparecimentos de suas filhas. Ao todo, 8 famílias se encontravam em angústia atrás de descobrir o paradeiro das crianças. Todas as vítimas pertenciam a famílias nobres, e tinham características em comum. O que dava a entender que aquilo não era um desaparecimento qualquer.
- Lisy, a Claire ja atendeu ao telefone? - Allu pergunta em tempo de explodir de fúria.
- Ainda não, vou tentar insistir mais. - Lisy suspira exausta e disca mais uma vez o número da perita criminal, Claire.
- Sim senhora, eu entendo seu desespero, mas estamos fazendo o possível para mandar policiais e a perita para a sua casa. - O delegado Reinald, tenta manter a calma com toda aquela situação. É a primeira vez que algo tão sério ocorre na nossa cidade. - Onde está Claire? - ele sussurra para a mulher na ligação não escutar.
- Eu não sei. Ela não atende o telefone, ja estou cansada de tanto discar o número dela. - Lisy fala quase se descontrolando, sabia que se aquilo saísse do controle, tudo seria jogado pra cima dela, já que Claire é sua responsabilidade.
- Fale com ela o mais rápido possível, o que está acontecendo não é normal.
Finalmente Claire atende.
- Aonde você está? - Lisy fala gritando.
- São onze da noite, eu estou em casa. - Claire responde indignada.
- O que merda você estava fazendo? A delegacia está um caos, temos oito famílias com relatos de desaparecimentos, venha para cá agora.
- Tá, eu já estou indo.
Ambas desligam a ligação.
Claire chega às 23:11, com uma cara de paisagem. Lógico, ela não tinha noção do que estava acontecendo.
- Você tem que ir para duas casas, uma fica no centro, é a casa 345°, já a outra fica na parte rural. É a casa 596°. - Allu entrega uma mochila pra Claire. - Aqui estão seus equipamentos. Boa sorte.
- É só isso que você vai falar? O que caralhos está acontecendo aqui?! - Ela larga a mochila e adentra a delegacia.
- Está bem senhora, ela já vai chegar ai. Fique calma, por favor!
- Amanhã nossos detetives e a perita irão a sua casa, não deixe ninguém chegar perto do local do desaparecimento.
- Eu sei e entendo seu desespero, mas a culpa não é minha. Mantenha a calma.
Claire nunca viu aquela cena na vida. Ela nunca chegou a ver seus parceiros tão desesperados por conta do trabalho, até porque nunca houve relatos de desaparecimentos na cidade.
Ela logo pega sua mochila e corre para seu carro. Finalmente percebeu que aquilo não era uma brincadeira de moleques.Claire vai de início para a casa do Centro, ao parar na frente da porta da casa 345°, vê uma mulher de cabelos longos e loiros, ela está com uma cara de choro e um olhar baixo, logo ao seu lado se vê um homem alto e branco tentando consolá-la, provavelmente filho ou marido.
- Olá, boa noite. - Claire se aproxima do provável casal.
- Oi, você é a perita? - O homem pergunta.
- Sim.
- Entre, vamos lhe mostrar e explicar tudo. - Ele abre o portão da casa e eu noto que não há mais ninguém.
- Só mora vocês dois aqui? - A perita começa a observar a casa.
- Nossa filha mora aqui, a que desapareceu essa tarde. - A moça fala, olhando para a perita que inspeciona algumas marcas na parede.
- Certo. - A perita volta a visão para o casal. - Aonde a garota desapareceu?
- Perto da piscina. Venha, eu vou lhe levar até lá. - O homem direciona a perita até um quintal onde podemos ver o quão ricos eles são. A visão de uma piscina enorme e um jardim florido deixam a Claire boquiaberta.
- Vocês sabem por que horário ela veio aqui? - Claire bota suas luvas e um tipo de "avental".
- Ela entrou duas da tarde, notamos sua ausência as quatro e meia. - A moça fala com a voz tremula.
- Vou tentar encontrar alguma pista, mas se acalmem, pode ser só uma fuga de adolescente. - Claire observa cada detalhe do quintal, ele é grande e bem bonito, chamaria atenção de qualquer pessoa, porém é impossível alguém sair daqui, pois os muros são altos. - Ela não saiu pela porta da frente?
- Não, ela não passou para lá. - A moça pega fôlego. - Eu estive na cozinha o tempo todo, e para passar para a porta da frente ela precisaria passar por mim.
- Interessante. - Claire nota que não tem muitas marcas de pegadas pelo quintal. - Ela é filha única?
- Sim. - O homem responde e logo abraça sua mulher, a mesma está extremamente abalada.
- É impossível ela ter saído da piscina, não tem pegadas de sua volta na terra. Ela estava com que vestimenta mesmo?
- Um biquíni verde-musgo.
Na cabeça de Claire só passava uma coisa, afogamento. Mas seria impossível um afogamento, pois teríamos um corpo. As pegadas na terra são de ida da garota, e depois as de ida e volta dos pais. Provavelmente não voltaram pro local para evitar destruírem alguma pista. É impossível eles serem os culpados, pois o corpo da garota ao ser retirado da piscina molharia a terra, e não há sinais de terra molhada. Esse caso não será fácil, e aonde diabos essa menina está?
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O Biquíni Preto.
Mystery / Thrillerem 1987, o desespero toma conta de Brooklyn, oito meninas desaparecem sem deixar rastros. Tudo indica um sequestro em massa, mas ainda assim, policiais e detetives se encontram com dúvidas e nenhuma resposta. O caso quase sendo arquivado, os desapa...