Girls

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Cinco garotas, cincos sonhos diferentes, mas um destino em comum. Talvez um destino por escolha ou não. Mas o que importa é que cada escolha, fez com que essas cinco garotas se conhecessem, surgindo uma amizade, parceria, cúmplicidade ou o que vocês queiram chamar esse laço delas. Mas antes de tirarem suas conclusões, os convido a conhece - las

 Mas antes de tirarem suas conclusões, os convido a conhece - las

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Any Gabrielly

Flashback on

- Olha vovó a América - aponto meus dedinhos para minha vozinha enquanto brinco com o globo que tinha na pequena biblioteca.

- Minha querida esse é o EUA, a "América" é isso tudo aqui - minha vozinha me mostra no globo.

- Mas a Laurinha disse que iria embora para a América, será que ela não sabe quetem outro nome ? - pergunto confusa

- E a Laurinha sabe de alguma coisa ?
falei para você não ficar dando ouvidos para as coisas que a Laura fala, nossa vida não é igual a dela minha pequena - minha vozinha fala sem muita paciência

Flashback off

Sorrio ao lembrar da minha vozinha, ela estava certa, minha vida não era igual a da Laura, e estava longe de ser.
Eu nasci e cresci no Brasil, fui criada por minha avó, minha mãe se casou novamente quando eu tinha apenas 3 anos de idade. Como seu novo marido não gostava de criança, ficou descidido que eu iria morar com minha avó. Não culpo minha mãe, agradeço pois preferiria ficar mil vezes com minha vozinha do que com eles que mal tinham tempo para ir nos meus aniversários.

Minha vozinha trabalhava de cozinheira em uma casa, ou melhor mansão. Essa família tinha uma filha da minha idade a Laurinha, sempre brincávamos juntas e eles nunca ligaram, sempre trataram minha vozinha muito bem. Tanto que não ligavam dela me levar para os serviço.
Eu ficava encantada com coisas que a Laurinha tinha. Não era inveja, que criança não ia querer aquele tanto de brinquedo, viajar, e o melhor ainda, ter os pais presentes.
Mas minha vó sempre me lembrava de onde eu vim, que aquilo não me pertencia. Sei que ela não fazia por mal. Ela não queria me iludir, ela sabia que o pouco que ela ganhava não iria melhorar a nossa vida do dia para a noite.
A medida que fui crescendo, eu jurava para mim mesmo que iria ter tudo de bom e de melhor, eu iria mostrar para minha avó que poderíamos melhorar de vida sim. Claro que eu teria que correr atrás dos meus sonhos. Foi isso que fiz, sempre tirava ótimas notas, conseguia bolsas em vários cursos. Minha avó sempre me apoiou no estudo. Ela aprendeu a ler já estava velha, mas ela sempre me incentivou.
Quando eu tinha 8 anos de idade, Laurinha se mudou com os pais para os EUA. E foi aí que tudo começou a mudar.
Vovó perdeu seu emprego, tendo que viver só da aposentadoria e de alguns bicos que ela pegava. Ninguém queria contratar uma senhora de idade mais.
Na minha adolescência, comecei a trabalhar em uma lanchonete que tinha perto de casa, ajudava nas despesas e também juntava meu dinheirinho. Eu tinha o sonho de um dia ir para os EUA. Eu queria mudar de vida e para isso precisava de dinheiro.
Eu juntava o dinheiro e estudava o inglês, sempre que eu conseguia algum livro, alguns cursos de graça.
Eu sempre falava que eu iria embora do Brasil e que iria levar minha avó junto. Perdi totalmente o contato com minha mãe.
Eu tinha crescido não era aquela criança carente do afeto materno mais. Eu percebi o quão importante eu era para ela, ou melhor não era. Meu pai, bom esse eu nem sei quem foi, era um assunto proibido e depois virou uma assunto esquecido.
Uma semana após completar os meus 18 anos, minha avó faleceu, ela já estava bastante doente, de um câncer no intestino. E por fim ela não resistiu.
Foi o pior dia da minha vida, ela era tudo o que eu tinha.
Foi só no dia do seu enterro que reencontrei a minha mãe. A mesma queria me levar para morar com ela. Eu ri na cara dela, depois de tanto tempo ela resolveu fazer seu papel de mãe. Mas agora eu não precisava mais.
Fiquei um semana sofrendo com meu luto. Não era fácil olhar nossa pequena casinha e não ver minha avó ali. Ao juntar suas coisas para doação, achei um desenho que eu fiz quando era pequena. Era eu e ela nos EUA. Sorri com aquele desenho, achei que ela nem guardava, já que ela sempre mandava eu desistir dessa ideia.
Fiquei olhando para aquele desenho e então minha escolha estava feita, eu iria para o EUA, minha vida iria recomeçar lá.

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