Capítulo 26

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O dia da quimioterapia chegou.

Eu coloquei minha legging, uma camiseta folgada e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, não havia motivo para tentar ficar na moda para ir na quimio.

Eu peguei meu cobertor e meu kindle, e entrei no táxi que estava me esperando na rua.

Cheguei ao hospital, e me dirigi ao centro de câncer, onde eu seria uma visitante frequente uma vez por semana, pelos próximos seis meses.

Como eu esperei mais do que o normal para fazer a quimio, depois que soube que o câncer voltou, o médico e eu concordamos em fazer um tratamento mais agressivo, que encurtaria a duração do meu tratamento, pelo menos espero isso.

A enfermeira Bailey me chamou até a sala onde haviam 16 grandes cadeiras azuis, que cobriam as paredes da sala branca estéril. Havia oito cadeiras de um lado e oito do outro; cada cadeira com seu próprio haste de suporte para soro e cortina.

Eu nunca me senti confortável com meus tratamentos de quimio.

As pessoas sempre me olhavam como se eu fosse muito jovem para ter câncer. Eu era a mais nova lá pelos primeiros oito meses, até que uma menina de nove anos de idade, chamada Molly apareceu.

– Tem alguém aqui com você, querida? – A enfermeira Bailey perguntou com um sorriso.

– Não, vim sozinha.

Ela deu um tapinha na minha mão, e me deu um olhar de simpatia.

– Bem, não se preocupe, eu estou aqui com você.

Ela era uma mulher mais velha, provavelmente, com seus 50 anos com cabelo curto. Sua voz era suave, mas alegre. Ela me contou sobre seu ex-marido e seus três filhos adultos, enquanto me arrumava na cadeira, no trabalho inicial de preparação.

Ela pediu licença, e disse que estaria de volta em breve.

Olhei ao redor da sala, para as seis cadeiras que foram ocupadas por pessoas que estavam aqui pelo mesmo motivo.

Era estranho, porque apesar de ser um grupo totalmente de estranhos, todos nós tínhamos um laço comum.

– Alguém está aqui para vê-la. – A enfermeira Bailey anunciou em sua voz alegre.

Olhei para cima do meu telefone e praticamente tive uma parada cardíaca, quando vi Shawn ali.

Eu senti como se estivesse sufocando.

– O que você está fazendo aqui, Shawn? – Eu consegui perguntar.

Ele suspirou e se sentou na cadeira ao meu lado.

– Olá Camila.

Eu continuei a olhar para o meu telefone, e me recusei a olhar para ele.

– Eu lhe fiz uma pergunta. – Eu exigi.

– Ninguém deveria ter que passar por isso sozinho.

– Eu não estou sozinha, tenho a enfermeira Bailey. – Eu apontei, ainda olhando para o meu telefone. Antes que eu percebesse, ele pegou meu telefone da minha mão e o colocou no seu bolso. – Que diabos Shawn? – Eu disse.

A enfermeira Bailey veio caminhando.

– Ok querida, aqui está o seu cocktail, beba tudo. – Ela sorriu, enquanto inseria a agulha no meu soro, pendurava a bolsa na haste.

Eu gentilmente sorri para ela.

– Saúde.

Shawn olhou para mim.

Living Proof - shawmila adaptada (FOREVER 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora