" Dancing Cockatiel "

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Josh Beauchamp

- Tchau amor, te amo.

Mel me deu um beijo e sorriu.

- Tchau Josh, também te amo.

- Obrigado por confiar em mim.

O sorriso dela vacilou, mas Melanie disfarçou e balançou a cabeça.

- Agora ela... Eles são sua responsabilidade, vai lá.

Entrei no elevador cheio com minhas coisas e apertei o botão.

A porta se fechou e então parei pra pensar.

Como seria minha convivência com S/N, se o clima ficará pesado ou se ficaremos sem assunto, comecei a suar quando a vi com aquela barriga enorme.

- Oi Josh, parece que a barriga cresceu desde a última vez que nos vimos.

Ela sorriu, estava radiante, uma luz diferente iluminava seu rosto bronzeado pelo sol da praia de algumas semanas atrás.

- Sim - eu ri, e ela tentou pegar uma caixa para me ajudar, mas eu a impedi - Opa, opa, opa, nada de pegar peso!

- Mas são muitas caixas.

- Eu consigo carregar tudo sozinho, entra no carro. Afinal, como você chegou aqui tão rápido?

- Pedi um táxi, eu já estava na rua quando você me ligou.

- Ah sim, entendi, entre no meu carro então e se acomoda, qualquer coisa me chama.

Comecei a colocar as caixas pesadas em cima do porta malas, e S/N me olhou com os olhos marejados.

- Ei! O que aconteceu?

- Eu quero te ajudar!

E então as lágrimas escorreram mais rápidas do que eu podia acompanhar.

- Tudo bem! Tudo bem! Vem me ajuda, pega essa aqui.

Ela sorriu vitoriosa e eu balancei a cabeça descordando, a ajudei a levantar do carro e dei a ela as caixas mais leves que encontrava.

- Pronto, vamos?

Ela assentiu, e caminhou com as mãos nas costas até o banco do carro.

- AAAARGH!

S/N deu um grito e eu dei um pulo de susto, dei meia volta e corri até ela.

- O que aconteceu? Se machucou? A bolsa estourou? O que aconteceu?

Perguntei desesperado.

- O bebê, chutou! Muito, forte - ela disse ofegante e pausadamente.

- Meu Deus do céu, que susto mulher!

- Se você sentisse a dor que eu estou sentindo, você não iria aguentar.

Ajudei S/N a passar o cinto e liguei a marcha, dando partida no carro indo até o apartamento dela.

Havíamos comprado todo o enxoval, nas cores azul, rosa e amarelo, as cores eram claras e o quarto ficou lindo, não compramos somente uma cor por que ainda não sabíamos o sexo nesse dia.

- Josh, o que a gente vai fazer se o bebê nascer por agora?

- Por que você tá me fazendo essa pergunta?

- Porque o berço, a parte mais importante do quarto, não está pronta, está empacotada a meses, porque algum ser humano vulgo calopsita dançante está procrastinando de montar.

- Calopsita dançante, uh?

- Gostou?

Rimos e continuamos conversando sobre o bebê.

- Você acha que ele vai gostar da Mel?

O rosto de S/N se contraiu ao ouvir a pergunta.

- Sim, ela é uma boa pessoa, não teria porque não gostar

Assenti, acabei de pesar o clima.

Parabéns Josh.

Pensei sozinho.

- Posso te fazer um pedido, Josh?

- Sim, claro.

- Podemos não mostrar o rostinho do bebê para a mídia?

S/N estalava os dedos nervosa com a pergunta.

- Claro! Mas, por que?

- Quero que ele ou ela tenha uma infância normal sabe? Acho que por precaução também, só até ele ficar maiorzinho.

- Tudo bem, eu já pensei nisto, mas não achei que você iria querer.

Ela assentiu, e relaxou a cabeça no assento do carro.

- O que seus pais falaram?

Perguntei.

- Sobre a gravidez?

- Uhum.

- Eles me deram uma baita bronca, ficaram falando na minha cabeça por longas duas horas e meia, mas no final, ficaram feliz por estarem ganhando um netinho. E o seu pai? Como reagiu? Você contou a ele certo?

Engoli em seco, e falei com a voz trêmula:

- Ele morreu, um ano e meio depois do seu acidente.

Ela ficou imóvel, e levou as mãos na boca.

- Aí meu Deus... Me desculpa Josh, eu não...

- Tudo bem, você não sabia.

Ela ficou calada e vi algumas lágrimas rolando pelo seu rosto. Resolvi não deixá-la pior, então apenas engoli em seco novamente, e com a maior força do mundo, apenas a deixei chorar.

𝑁𝑎 𝑀𝑒𝑠𝑚𝑎 𝐶𝑎𝑠𝑎 - 𝐼𝑚𝑎𝑔𝑖𝑛𝑒 𝐽𝑜𝑠ℎ 𝐵𝑒𝑎𝑢𝑐ℎ𝑎𝑚𝑝 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora