Além da lua - Peninhah

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— Lua? Ei, acorda! – Ouvia a voz masculina de alguém. – Ei Lua! – Era Eduard.

Levantei a cabeça lentamente e olhei para os lados. Eu estava na sala de aula e a mesma estava vazia. Pego o meu celular, vejo as horas, estava atrasada.

Olho para Eduard, meu amigo, ele está parado na minha frente segurando uma pinha de livros.

— Você dormiu na aula da Sra. Fits, e ela pediu para te acordar. – Ele disse me ajudando a levantar da cadeira e nós dois saímos da sala.

— Eu não dormi direito a noite passada. – Digo pegando minhas coisas e guardando no armário.

— Eu sei, mas você sabe que já é a terceira vez essa semana, você vai acabar levando uma ocorrência desse jeito. – Ele disse colocando a mão no meu ombro.

— Não vou levar ocorrência nenhuma. – Digo serrando os olhos.

— Se você está dizendo. – Ele dá de ombros. – Tenho que ir, te vejo na festa da fogueira hoje?

— Talvez... não sei bem se quero ir e encontrar,  você sabe quem. – Digo fechando o armário.

— Não pode ficar evitando o Kaleb o ano inteiro, Lua. – Ele disse em um tom reconfortante. Deu um beijo na minha mão e saiu.

Depois que o mesmo saiu, caminhei entre os corredores e cheguei ao meu destino. A sala da terapeuta da escola, o nome dela é Amanda. E sim, eu faço terapia, não por vontade própria.

Assim que eu entro, vejo uma garota ruiva saindo de lá, reconheci a mesma. Era a Alexandra Rowling. Ela tinha cabelos vermelhos e os olhos claros como cristal, sempre estava bem vestida e arrumada, mas não sabia que ela fazia terapia também.

Entrei na sala, Amanda olhou para mim e fez um gesto para que eu sentasse na cadeira.

— Bom dia Luana! Como você está? – Ela sentou-se na minha frente.

— Bem, muito bem na verdade. – Respondo. – Por quê você me chamou aqui? As nossas sessões são apenas nas segundas.

— Eu queria saber como você está progredindo, olhei o seu boletim recentemente, suas notas estão ótimas. – Ela disse, eu sei que ela não me chamou apenas para falar isso.

— Mas... – Eu sabia – Alguns professores estão um pouco preocupados com você, disseram que você está dormindo nas aulas está acontecendo alguma coisa que queira me contar?

— Esses dias eu não tenho dormindo muito bem. – Digo – Tenho andado ansiosa e acabo passando a noite acordada.

— O que está te deixando ansiosa? – Ela perguntou. – É a visita do seu pai amanhã? – Quando eu ia abrir a boca para questiona-lá, ela me corta. – A sua mãe me contou.

— É claro... bem, é isso sim, mas não quero conversar sobre isso. – Digo me levantando. – Eu tenho que ir, tenho muito dever de casa para fazer.

— Okey Luana, nós vemos na segunda-feira! – Ela fala se levantando. – Você pode contar as coisas para mim, isso vai ficar entre nós duas.

— Eu sei... até segunda. – Respondo saindo da sala.

O meu pai, Joe, ele se separou da minha mãe quando eu ainda tinha 11 anos, e desapareceu da minha vida. As únicas interações que eu tenho com ele são os cartões de presente que ele me manda todos os anos.

Recentemente, ele ligou para a minha casa, perguntando se ele poderia passar alguns dias com gente. A "família" dele.

Mas ainda não estou preparada para conversar com ele, eu apenas quero chegar em casa, tomar um banho e me arrumar para a festa idiota na floresta.