Impossible • Soukoku

"Forever yours, Osamu Dazai..."

Dois longos anos se passaram após a morte de alguém que todos consideravam imortal. Parecia que o universo tinha eliminado uma pessoa muito querida dele. Chuuya estava de frente para o túmulo de Dazai. O mesmo, se encontrava ao lado do de Oda. Então, em seguida, deixou as flores que trouxe em cima da lápide e deu alguns passos para trás. Pensando que agora ele estava em paz aonde quer que estivesse. Ele sempre tinha sido esse suicida maldito. Mesmo estando com Chuuya, talvez, só talvez, ele teria mudado. Mas quando se lembrava que ele carregava dores fortes demais para suportar... ficava feliz por finalmente saber que ele podia sorrir em algum lugar melhor. Que agora ele não poderia mais ter as tristezas que carregava dentro de si.

- Do que queria tratar, Nakahara-san? - Dizia a voz de Fukuzawa atrás dele.

- Bem... eu queria saber como faço para entrar na Agência.

- Tem certeza disso? Vai trair mesmo a Máfia? Te dei dois anos para pensar sobre o assunto.

Chuuya assente.

- Um amigo me disse para ajudar pessoas... é a forma como posso retribuir a tudo que ele me fez.

- Dazai-kun era um humano especial, por mais que ele não se sentisse assim. Até fechamos a Agência temporariamente em respeito a sua morte. Todos ficaram arrasados... - Suspira, se relembrando do jeito excêntrico do moreno que iluminava aquele ambiente de trabalho. - Sabe... eu não sei como ele sabia... mas uma semana antes do confronto ele estava bem apreensivo. Parecia que sabia que algo iria acontecer. Algo ruim. Então... ele me pediu para entregar essa carta para um jovem ruivo, baixinho e forte da Máfia do Porto.

Chuuya ri.

- É... acho que era pra mim.

- Aqui está - Estende a carta. Já dando as costas para deixar ele ler o papel a sós. - A propósito... você não precisa de um teste para entrar na Máfia. Você já passou. Comece amanhã o trabalho pois um de nossos funcionários gosta de ordem e disciplina. Não chegue atrasado. E... você sabe como ele era. Quando pensava em algo... não compartilhava com ninguém.

- Pode deixar. Eu o conhecia bem demais para saber que ele não fazia isso por mal - E se despede de Fukuzawa com um aceno.

Sentando de frente à lápide de Osamu, tendo as pernas cruzadas, coloca seu chapéu em cima do mesmo túmulo e abre o envelope, começando a ler a carta que o mesmo havia lhe preparado.

- Nakahara Chuuya-kun! Há quanto tempo, não é mesmo? - Ele lê em voz alta.

"A essa altura do campeonato eu já devo estar morto, então serei breve. Bom... por onde eu começo? Começo dizendo que amo tudo em você? Digo que o que mais acho lindo em você é o seu caráter? Digo que sou agradecido pelo destino ter nos unido? Pois é... ele não era tão ruim assim, afinal de contas.

Provavelmente nos cruzamos em alguma batalha. Algo me diz que vamos nos rever e lutar juntos de novo. O inimigo é grande! E... talvez... esteja preparando essa carta para caso eu morra. Queria viver com você para sempre. E tudo bem... você pode chorar. Pois eu também choro enquanto escrevo isso. Eu fui um idiota. Não mereço seu perdão... mas... continuarei a te vigiar e te proteger daqui de onde estou. Não é muita coisa... mas é o que posso fazer. Quando pensar em mim... pode ter a certeza que é porque estou do seu lado, te abraçando. Espero que você encontre alguém que te faça feliz. Pois esse mero trapo de atadura não pôde fazer isso. Você não sabia... mas eu te vigiava em segredo. Bem, digamos que não removi muitas das câmeras que instalei na sua casa. Mil perdões, baixinho!

Não quero que beba para tentar me esquecer. Não quero que adoeça. Não quero que não coma. Não quero que cave sua própria cova. Me prometa isso... viva! Só viva. Por mim. Por nós.

Eu não podia ir mais até você. Mas eu também me sentia envergonhado demais para fazer isso. Eu não sei porquê... mas sinto esperança de dias melhores. E alguma coisa me diz que você vai me perdoar. Você foi o único amor que tive em vida. Por favor... não seja egoísta em não querer amar mais ninguém. Eu te conheço.

Beba água e ajude a minha família. Eles me mostraram que até alguém como eu pode mudar e ajudar as pessoas. Mal sabem eles que a real razão de eu ter mudado era você...

Eita, caramba, falei demais! Mas você entendeu. Fique bem... nos vemos em breve. Quero dizer... espero que não! Você precisa ter uma vida muito boa! Mas saiba... que quando chegar a sua hora... eu vou te buscar e estender a minha mão para você. Assim posso te ter em meus braços de novo. Para toda a eternidade. E sabe porquê?

Bem... não seria novidade dizer que te amo, não é mesmo?

Para sempre teu,
Osamu Dazai"