Viagens Orgásticas

Conto 01. Sonofilia

          "Nós não desejamos as coisas porque elas nos dão prazer, mas elas nos dão prazer porque as desejamos."
                                Baruch Spinoza

Narrador

    Tina e Renan são um casal consumidor assíduo de pornografia. Mesmo com a culpa de consumir um conteúdo que em relação às mulheres atuantes, é um verdadeiro ato desumano, não conseguem conter o desejo.
    Seria tão mais fácil ser simples, tudo aquilo que desperta a excitação nos corpos adultos. Seria, entretanto, não é.
    O casal então optou em conjunto por tratar esse assunto com o tempo, evoluindo e diminuindo esse vício tão prazeroso.
   
    Ao aventurar os olhos curiosos por sites de teor adulto, foi que por ventura descobriram um fetiche, que deixou a doce Tina com a intimidade ardendo de desejo: Sonofilia.

    Ser tocado por quem ama, enquanto adormece em um sono profundo. Ter a sorte de ser acordada com o clitóris inchado, ao ponto de mexer as pernas e sentir algo escorregar, como se tivesse saído do banho a pouco tempo, é fantástico, pensou Tina.

    De livre e espontâneo tesão, cedeu as chaves de seu apartamento ao seu namorado. Renan muitas vezes insistia em querer a certeza de sua amada, trazendo à tona perguntas como: Tem certeza, amor? Confia em mim, o suficiente pra não me dar um chute ao acordar?
    Questionamentos que levaram a risos e à certeza de que ambos se respeitam.

    Com uma conversa longa e recheada de acordos, incluindo uma palavra de segurança criada por ela: lontra. Infantil? Foi a primeira ideia que veio na cabeça de Tina, mal sabia ela, que estaria ocupada demais gemendo para falar qualquer coisa.

    O amor é um sentimento curioso, que como uma avalanche, nos faz ver muito além do que um dia imaginamos. Tina irá descobrir um prelúdio de algo novo. Renan, indo pelo mesmo caminho, verá sua namorada de um jeito novo, admirando ainda mais sua beleza e atração.

    É curioso, mas nunca será para poucos.

Renan

    Esperei ansioso a semana toda para vê-la. Depois de tanto tempo com acordos de longos textos em aplicativos de mensagem, além de ligações quentes, terminando em sua voz manhosa implorando para tocá-la, finalmente.

    Fiz questão de não deixar claro o dia, apenas que seria essa semana. Fiquei louco de tesão preparando essa surpresa. Agora aqui estou eu.
    E ela.
    Só nós dois.

    Tina dormindo, quietinha, com a bunda pra cima. Ainda que coberta com a manta roxa, consigo ver suas curvas marcadas pelo pano. Uma mulher gostosa e excitante.

    Minha namorada.

    Me aproximo devagar e tiro o cabelo do seu rosto, ela mal se mexe.
Também, são 8 da manhã ainda, dormimos tarde ontem.

    Sento aos seus pés na cama, tomando cuidado com o barulho, subo devagar a coberta, revelando suas pernas nuas e o short curto, mostrando o começo da sua bunda farta.
    Sem desviar a atenção do rosto dela, puxo seu short jeans pra baixo, até os joelhos, deixando sua calcinha de renda vermelha à mostra. Um tecido fino e fodidamente tentador.

    Porra, como consegue ser tão gostosa, Tina?

    Preciso tomar cuidado, não sei como vai reagir, já que sequer sabia que eu viria. Mesmo doido para deixar minha garota molhada, não quero causar qualquer trauma.

    Puxo sua calcinha para o lado com os dedos, encontrando sua buceta levemente inchada, resultado do que fizemos ontem. Do que eu a mandei fazer ontem.