— Bom dia querido – Jimin pode ouvir a voz sonolenta de seu pai lhe desejando um bom dia assim que pisou na cozinha em busca de uma xícara de café.
— Bom dia Papa! Como você está?
— Um pouco can-
Assistiu a fala do mais velho ser cortada pela voz estridente de sua mãe.
— Jimin, o que eu disse sobre você andar por aí com aquele desviado? Onde já se viu, estão dizendo por aí que você é gay! Meu filho? Gay? Isso só pode ser uma piada de mal gosto, além do mais, aquele esquisito não namorava uma garota? Outra vinda lá de baixo como ele. Como era o nome dela mesmo? Fabiane? Fernanda?
— Felicia mamãe. – Jimin odiava mentir, mas a verdade era que seu melhor amigo era sim gay e namorava um garoto muito bonito e doce chamado Felix, porém não poderia se dar ao luxo de contar a sua mãe e se deixar ser separado daquele que tanto lhe apoia. — E eu já lhe pedi para não falar dele assim, não tem nada de errado com o fato dele ser de outra religião, isso é preconceito.
— Como você pode falar algo assim da sua mãe? Mulheres de Deus não tem preconceito, meu filho, elas apenas seguem o que ele nos ensinou à risca.
Antes que pudesse pensar em retrucar sua mãe – não que ele fosse, de fato fazer, porém, gostava de se imaginar respondendo-a – lá fora ouviu-se uma buzina, era o conhecido som do mustang rosa de sua cunhada, pronto para lhe dar uma carona até a escola.
— Já contou pra velha que você é gay?
— Eu não sou gay Jieun, você sabe, o Chan que é. E mesmo se eu fosse, eu não posso contar, ela é preconceituosa.
— Sobre o Chan, um dia ele ainda vai dar um pisão na sua mãe e eu vou aplaudir. E sobre você, aceita logo menino, você era louco pelo Taemin e nem tinha saído das fraldas direito, eu lembro que dizia que iriam se casar, era tão fofo. Eu espero seu tempo para me contar, mas ao menos se aceite, você sabe que eu posso meter o pau na minha sogrinha se necessário.
Dessa vez ela estava certa, Jimin realmente teve uma queda por Lee Taemin nos primeiros anos da escola, mas ele jamais admitiria isso em voz alta.
— Chegamos bolinho, desce logo que eu não posso me atrasar pro trabalho, vê se sai desse armário, te amo.
— Obrigada pela carona e eu também te amo jica, mas não estou no armário coisa nenhuma!
...
Estudar na SHG era a coisa mais "galera" que Jimin fazia. Ele não ia a festas, não ia a encontros e sendo sincero, nem sentia falta disso, gostava mesmo era de estar sozinho, dançando em seu quarto ou cantando alguma letra aleatória que compôs sozinho varanda, era feliz assim. Contudo, não podia negar que amava seus amigos e a rotina escolar lhe proporcionava isso gratuitamente e sem a perseguição de sua mãe.
— Oi mimi - ouvir a voz do Changbin lhe fez sorrir automaticamente, para ele, era engraçado como um cara forte e todo sério que assusta de longe a todos era só uma criança indefesa e medrosa precisando de proteção.
— Oi oi Binnie! - Jimin tratou de prontamente abraçar o querido amigo. — Como você está essa manhã?
— Destruído como sempre com essas provas, mas tenho fofocas pra te contar depois da aula!
— Sinto que vou me arrepender de perguntar, mas que tipo de fofo-
Jimin interrompeu-se quando virou na direção de seu amigo e percebeu o mesmo em pé com uma expressão confusa, então com os olhos estreitos em direção ao fundo da sala e um bico nos lábios em sinal de estranhesa, jimin mal teve tempo de virar na mesma direção de seu amigo antes de ouvi-lo dizer:
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Little things
FanfictionPark Jimin estava habituado a levar sua vida do modo mais desinteressante e seguro que conseguia: de casa para escola, da escola para casa, casuais passeios com sua bicicleta berenice, idas semanais a igreja na companhia de seus pais e nada além dis...