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A pequena família de Josh viveu toda uma vida de servidão e lealdade aos Morgan.

Ele nunca se incomodou de morar no pequeno bangalô que ficava no final de um jardim de dois hectares da família Morgan, também nunca se importou com o fato do seu pai ser um motorista ou de a sua mãe ser uma empregada doméstica. Para uma criança energética morar em uma propriedade tão grande e imaculada como a mansão secular da família Morgan, significava poder correr livremente em uma pequena floresta de arbustos de sebes e nadar na piscina olímpica durante todo o verão, quando a família viajava para a praia.

Joshua morou com os pais até o ultimo ano do ensino médio, mudando para os dormitórios comunitários da universidade a algumas horas de carro de distância. Logo depois de dois anos conturbados nos dormitórios, ele conseguiu mudar para um pequeno apartamento nos subúrbios da cidade perto o suficiente para caminhar todas as manhãs até suas aulas. Porém, o amigo com quem dividia o aluguel precisou voltar para a sua cidade, pois sua mãe adoeceu e precisava de auxílio durante o tratamento.

Mesmo com um emprego de meio período em uma cafeteria, ele percebeu que não conseguia pagar o aluguel e comprar comida o suficiente para terminar o semestre. E os seus pais também não conseguiam ajudar, pois pagavam as despesas da faculdade e havia as suas próprias despesas. Eles sugeriram então que o filho voltasse para casa enquanto adquiria estabilidade financeira.

Então naquela manhã Joshua olhou ao seu redor para um apartamento completamente vazio, eram quatro cômodos pequenos e úmidos que o proporcionou um pouco de história. Após suspirar melancolicamente, ele arrastou uma mala com roupas, uma mochila com todo o material da faculdade e uma caixa com alguns objetos pessoais sem os quais não conseguiria sobreviver. Joshua devolveu a chave ao senhorio do prédio e se despediu silenciosamente, finalmente deixando o local para encontrar o seu pai na rua, apoiado em um carro preto de aparência extravagante que pertencia ao seu patrão.

O homem baixinho se ergueu e exibiu um grande sorriso enquanto avançava na direção do filho, passando seus braços vestidos com um uniforme preto sobre os seus ombros, logo em seguida o ajudou com a caixa e a mochila. A última vez que os dois se encontraram foi no Quatro de Julho, quando seus pais conseguiram uma folga para acompanhá-lo para assistir a queima de fogos de artifício.

— Meu filho! — Ele disse agarrando o rosto de Joshua para deixar um beijo em sua bochecha e os dois riram divertidos. — Você está tão pálido e magro! Sua mãe vai enlouquecer quando finalmente colocar os olhos em você.

— Pai, eu prometo que estou perfeitamente bem. — Joshua murmurou tentando tranquilizar seu pai. Enquanto colocava a minha mala no carro o homem reclamou um pouco mais antes de fechar o compartimento traseiro e guiá-lo até o banco da frente. 

O homem mais velho o questionou sobre as aulas e sobre as suas notas – que estavam excelentes, exatamente como deveriam. Conversaram sobre o clima, estava fazendo um pouco mais de frio com o final do outono, o pai de Josh reclamou sobre o fato de ele estar usando um suéter verde e velho que tinha recebido como um presente de natal da sua própria mãe há alguns anos. Quando chegaram à cidade, havia uma pequena lista de afazeres que a sua mãe os havia designado, então pai e filho passaram algum tempo juntos no supermercado em busca dos ingredientes para finalizar o jantar.

*

Joshua ficou mais uma vez completamente boquiaberto com a entrada da propriedade da família Morgan, atrás dos grandes portões de ferro se encontrava o extenso jardim em uma incrível paleta de cores outonais, um fonte de pedra diante  de uma mansão de pedra polida de dois andares com altas janelas de vidro. Imediatamente, ele sentiu um desejo de percorrer todos os jardins e se afogar na familiaridade que aquela propriedade sempre lhe proporcionou.

Mister Morgan [ROMANCE GAY]Onde histórias criam vida. Descubra agora