Capitulo Único

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Como Larry pode? Por que? Porque ele fez isso?

São as únicas coisas que se passavam pela sua cabeça, misturado com todas as memórias que compartilhou com seu melhor amigo, e secretamente, sua paixão. A dor e a saudade se triplicavam ao se lembrar do toque, do abraço reconfortante, da fala rouca porém calma de Larry.

As últimas coisas de Larry eram as mensagens de antes dele tirar sua própria vida e as lembranças de sua existência.

Sally estava encolhido sobre sua cama, suas pernas coladas ao seu peito, com seus braços as rodeando e sua cabeça colada aos seus joelhos. Sua máscara estava jogada em algum canto do quarto junto de toda a bagunça que seu quarto havia se tornado.

Vestia uma camisa de Larry, a favorita dele, aquela com as letras SF representando sua banda favorita. O cheiro dele ainda estava ali. E o que antes confortava o azulado agora era mais um dos motivos de tanta dor transbordar por seus olhos.

Larry havia ido, e não voltaria mais, ou foi o que pensou que aconteceria. Foi uma total surpresa quando pouco tempo depois de sua morte, o fantasma de Larry havia aparecido. Sal não sabia dizer se ficava feliz por poder conversar com o melhor amigo ou se a dor em seu peito apenas se dobrava toda vez que o via. Até pensou em confessar seus sentimentos ao mesmo, mas percebeu que não mudaria nada, ele não voltaria a vida, o de cabelos azuis preferiu se remoer em remorso e arrependimento do que confessar aquilo que estava entalado em sua garganta a tanto tempo.

Sal não poderia mais sentir aquele abraço reconfortante e quente, não poderia sentir as mãos de Larry passar por seus cabelos de forma lenta e carinhosa, não poderia sentir o calor que o corpo do moreno tinha entre os seus dedos e mãos.

Sally o havia perdido, e nada no mundo mudaria esse sentimento.



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