Acordei aquela manhã com meu irmão sonhando ou tendo um pesadelo alto mais uma vez "FOGE COM SUA GORJETA SR. ". Era 6h da manhã! Comecei a ter um atrito psicológico com sonhos desde que meu irmão começou a falar demais à noite, ou até nas horas indevidas. Comecei a pensar nos meus... Mas só pensar!
Eu sou o C..,e me sinto na obrigação de falar que odiava aquele lugar. Não, eu odeio esse lugar! Para explicar melhor, me sinto como se não me enquadrasse..., mas estou tentando. E estou tentando muito! Com nove anos eu me refugiava no meu ódio de estar fora de órbita tentando induzir meus passos nos do meu melhor amigo. O único que confiava, talvez, D,. Imaginava que ele saberia a "rota certa" e assim eu não precisaria me sentir o tempo todo buscando por uma bussola que nunca apareceria.
No verão mais puro que se tem em Dark Needles nós saíamos todos na rua. Meninos de um lado, meninas de outro. Só nos misturávamos vez ou outra para alguma guerra interna. Duas crianças haviam se mudado recentemente para lá e eu nem fiquei sabendo. Talvez porque ainda nessa temporada da minha vida, tinha uma mania repentina de infiltrar em mim mesmo e ainda que não descobrisse nada de diferente aquilo me trazia mais paz do que ficar no meio de muita gente. R., era o nome do garoto! Mais tarde nós começamos a chamarmos ele de vários outros nomes e apelido, mas me se fixou em "Gordo". A garota: P., esquisita... nariz, e braços desproporcionalmente maiores que o corpo. Batizamos mais tarde de Skiter.
D. era bem mais sociável em questão de agregar novos membros para o Dark Needles. Eu como havia dito, concordava involuntariamente. Aos 9 anos, nossas brincadeiras se baseavam preferencialmente em usar a imaginação e fingir ser algo de algum desenho que vimos em algum lugar. Então no dia em que conheci Gordo, D., prontificou-se a sugerir nossa melhor brincadeira para impressionar: Escolher um personagem de Dragon Ball e depois lutar um contra o outro usando seus poderes até que reste o mais forte, e, por fim, ir até as meninas destruir os cadernos que elas usavam para brincar de "sei lá o que".
Ok! Vou ser o Freeza! - Disse o Gordo.
Você não pode ser o Freeza. O C. já é ele! - Disse D. em minha defesa.
Sim. Eu já sou – Confirmei com a voz hostil.
A gente pode duelar para saber quem pode ser o Freeza...- Respondeu ele.
Eu o odiei naquele momento. Sempre fui o Freeza, em todos as outras vezes. Meu irmão mais novo e A. estavam juntos, mas não esperava que eles fossem tomar qualquer atitude. O que eles estavam mais era me ver duelar com o Gordo.
Pode ser ali? - Ele arqueou a monocelha e apontou para uma arvore onde costumávamos brincar, mesmo porque tinha tantos galhos firmes que se bifurcavam tornando fácil qualquer tipo de tramoia de nossa cabeça criativa. Mas ele havia apontado para um dos arbustos mais alto.
Demorou menos de dois minutos para subirmos no arbusto e partir de poderes imaginários para poderes físicos. Eu apanhei, sim, mas também bati. Nós dois caímos de lá de cima. Mas nós, de Dark Needle, estávamos muito acostumados a cair, bater, apanhar, se ralar e principalmente.... Não chorar por isso! Era a regra dos nossos pais, para poder ficar mais um pouco brincando. Mas o Gordo não sabia.
O irmão dele, M.., surgiu quando ele caiu em prantos depois do tombo feio, e eu também pensei que tinha quebrado alguma costela, mas engoli meu choro, queria ser o vencedor Freeza.
NÃO - ENCOSTE-MAIS-NO-MEU-IRMAO –Disse ele pausadamente como se eu tivesse alguma dificuldade cognitiva para entender o que ele estava falando.
M., pegou Gordo pelo braço e levou em direção a sua casa, continuei acompanhando-os com os olhos quando Gordo virou rapidamente para trás e me mostrou o dedo do meio antes de entrar seu novo lar. Ao lado do meu.
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DARK NEEDLES Não brinque com estranhos
WerewolfSeis amigos, seis histórias e pensamentos diferentes... Quando se conheceram no bairro de NY, como vizinhos durante a infância, traçaram planos de que nunca mais iriam se separar. Mas, assim como tudo na vida segue seu próprio trajeto, cada um segui...