(15) lisa jenkins.

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Soltei o lápis sobre a mesa com um expiro forte que expressava toda raiva e exaustão que eu estava sentindo. Algumas pessoas fizeram "shh" pra mim, mas ignorei. Vinnie tirou os olhos da tela do notebook para me olhar.

— Eu não aguento mais ler, Vinnie. — falo e deixo minha cabeça cair, a testa encostada na mesa. — Eu adoro filosofia, ainda não sei o motivo, mas adoro... Mas não dá mais! Eu preciso de uma pausa.

Estávamos sentados naquela mesa há mais de três horas, em silêncio, eu lendo e ele fazendo pesquisas e copiando tópicos importantes, assim como eu fazia. Mas minha cabeça parecia que ia explodir em algum momento entre agora e os próximos dois minutos.

— Eu já volto. — Vinnie diz antes de sair da cadeira e me deixar sozinha. Continuei com a cabeça deitada na mesa, inspirando e expirando.

Não sei por quanto tempo Vinnie ficou longe, e acredito que eu tenha tirado um cochilo na mesa, porque acabei me assustando com o barulho da cadeira quando ele voltou. É sempre assim quando ele aparece: eu me assusto.

Quando o olho, percebo que Vinnie trouxe consigo um pacote de Oreo e duas latinhas de coca-cola. Normalmente não é permitido comer na biblioteca, mas os fiscais não estão aqui para nos repreender hoje. Por isso, abrimos as latinhas e a bolacha.

— Já escureceu. — ele diz. — Acho que há uma meia hora.

Olho ao nosso redor, percebendo que havia apenas eu, ele e uma garota de fones muito coloridos na extensão de mesas. Paro os olhos na janela, vendo que o céu é azul escuro agora.

— Vamos comer e ir embora. Posso continuar isso amanhã. — murmuro, dando um gole no refrigerante.

Levo uma bolacha até a boca, e um som estranho, parecido com um gemido de satisfação, escapa antes que eu perceba. Quando olho para Vinnie, ele está limpando o queixo, e sua camiseta agora tem uma mancha molhada.

— Você é uma bruxa má, sabia? — ele coloca o refrigerante sobre a mesa.

— Você babou só porque eu estava degustando uma bolacha? Isso é meio doentio.

Vinnie revira os olhos.

— Você não deveria gemer enquanto degusta uma bolacha, sabe, isso é meio doentio. — ele retruca.

Ah, isso...

— Você é um idiota. — falo, jogando outra bolacha na boca. — Sério, uma mulher não pode fazer qualquer som, e lá estão os homens, de paus duros e mentes vazias.

— Minha mente tá bem cheia, Lisa. — ele murmura antes de acabar com o próprio refrigerante. — A maioria das coisas nos colocaria na prisão do campus por atentado ao pudor, mas...

Tento não arregalar os olhos e mantenho a neutralidade na minha expressão.

— Viu só? Tudo é sempre sobre atentado ao pudor. — reviro os olhos.

— Vai me dizer que você não gosta do medo de ser pega? — ele ergue uma sobrancelha. — Daquele friozinho na barriga quando pensa que alguém pode notar...

Finjo que não noto quando ele arrasta a própria cadeira para perto da minha.

— Qual a graça nisso? — questiono, focada na minha latinha de coca-cola.

Quando sinto seus dedos na minha coxa, quase cuspo o refrigerante. Mas não o olho, não dou à ele esse gostinho. Ainda não.

— O perigo, eu acho. — ele dá aquele sorriso mordido enquanto movimenta os dedos muito devagar sobre a calça de moletom, na área interna da minha coxa. — Há níveis diferentes, sabe. Algumas pessoas se arriscam no meio da rua, outras em banheiros de estabelecimentos... Outras na biblioteca do campus. — a ponta de seu dedo, não sei qual, alcança a costura do meio da minha calça. — Outras preferem o banco traseiro de um carro...

Agora, ele ganhou a minha atenção. Quando o olho, ele está ainda mais perto do que eu havia pensado. Eu ia dizer algo, não sei bem o que, mas minhas palavras foram sufocadas quando sinto uma pressão entre as minhas coxas. Vincent solta uma risadinha irônica.

— Parece que você gosta, sim. — ele sussurra, a boca na minha orelha.

— Eu te odeio.

— Odeia mesmo? — Vinnie morde o lóbulo da minha orelha com pouca força, mas o suficiente para me fazer ofegar.

Antes que eu perceba o que estou fazendo, meu quadril escorrega para frente, procurando seus dedos. Novamente, Vinnie ri.

— Eu deveria te deixar aqui sozinha, sabia? Você fez isso comigo no halloween. — ele me encara, e se o que eu estou sentindo agora estiver estampado na minha cara, então eu pareço desesperada pelo seu toque. — Mas eu me bateria até o próximo mês se fizesse isso.

Cravo as unhas na madeira da mesa quando Vincent invade a minha calça, brincando com a minha calcinha por alguns segundos.

— Não nos faça ser presos, Lisa. — ele volta a sussurrar. — Seja uma boa garota e fique quietinha, ok?

— Ok.

Mas, ao contrário do que acabei de dizer, não fiquei exatamente em silêncio quando um de seus anéis encostou na minha pele. Ouço ele rir. De novo.

— Quieta, amor, ou isso não vai funcionar.

Estremeço quando sinto ele brincar comigo, dedos indo para cima e para baixo e para os lados, mas me mantenho em silêncio. Vinnie me surpreende quando coloca dois dedos dentro de mim, e agora, ao invés da mesa, aperto seu braço. Sinto o seu sorriso no meu pescoço.

Um ofego baixinho me escapa quando Vincent começa a movimentar aqueles dois dedos para frente e para trás, dentro e fora. Seu polegar trabalhava em círculos um pouco mais para cima, em um lugar que nem metade dos garotos que me tocaram conseguiram encontrar. Vinnie sabia conciliar muito bem os movimentos distintos dos dedos, e parecia usar minha respiração ofegante como motivação.

Um dos seus anéis escorregou para baixo, movido pela umidade dos seus dedos, e tocou em uma parte sensível. Aquele foi o meu limite.

Sufoquei um grito de surpresa pela mudança brusca de temperatura por causa do anel, mas a surpresa virou algo diferente disso.

Vincent tirou os dedos de mim muito lentamente, colocando o seu anel de volta no lugar. Ele olhou para a mão molhada e depois para mim, e então ao nosso redor. Ninguém percebeu nada – e ninguém significa a menina de fones, a bibliotecária quase surda e o fiscal com seu caça-palavras.

— Abra a boca, Lisa.

O encarei, em estado catatônico e surpreso, mas fiz o que ele disse. Não demorou até que eu estivesse sentindo o meu próprio gosto quando seus dedos invadiram a minha boca.

— Bom, não é? — ele provoca, ainda sussurrando. — Eu ainda me lembro do seu gosto.

De repente, me lembro de como ele me limpou com a língua, no banco traseiro do carro dos meus pais, há 3 anos.

Me recuperei do meu orgasmo aos poucos, e quando já estava suficientemente bem novamente, terminei a minha coca-cola e guardei o caderno e o notebook de volta na mochila.

Vinnie me observou fazer isso, os olhos brilhando e as bochechas rosadas. Quando coloco a mochila nas costas, o olho.

— Você vem ou não?

Abby Griffin pode ir se foder, porque Vincent Hacker é meu agora.

midnight memories ꪵOnde histórias criam vida. Descubra agora