Céu Negro

Floresta Maldita

Após uma longa noite,veio uma pacífica manhã,eu havia dormido tão tranquilamente que quase não me dei conta das batidas na porta logo cedo.Aryn pediu licença e entrou no quarto.

-Bom dia,Senhorita! Perdoe-me por acorda-lá,mas o dia está perfeito para fazermos um reconhecimento!

-Reconhecimento? -Perguntei ainda deitada esfregando os olhos- De que?

-Da floresta ao redor.Acho que precisamos conhecer as terras em que estamos vivendo,principalmente se for pra fugir de novo,não é!?

Olhei pra ele com cara de deboche,me levantei para começarmos.

Após o café,nós partimos para uma caminhada na floresta,ele estava certo,tinhamos que conhecer a área para usufruirmos melhor dela.O dia estava levemente nublado mas ainda sim era quente,começamos seguindo pelo caminho onde caçamos os coelhos,mas depois nos despersamos e seguimos pra esquerda.Caminhamos um tempo,e só falamos se vissemos algo que fosse útil ou diferente,os momentos em que ficamos em silêncio trazia desconfiança,parecia sempre que tinha algo observando a gente,mas pensei que fosse um alce,ou um outro bicho qualquer.Aryn parece ter percebido também,porque sempre ficava atento no silêncio,mas não tinha feito nada,então realmente devia ser só um animal.Após um tempo mais de caminhada,um barulho de água começou de levinho,quando me dei conta,já estavamos na beira de um rio,uma cachoeira de água prateada caia alimentando o rio que se estendia mais pra frente do que eu realmente conseguia ver.Não era muito largo,mas não podiamos passar sem nos molharmos.

-Como vamos atravessar?

Falei me virando pra Aryn,mas ele se quer se moveu,estava olhando fixamente com um semblante bravo pra algo do outro lado do rio.Quando me virei pra ver o que era,notei que tinha o que parecia ser um homem corcunda de chapéu,com olhos costurados,sua boca,também costurada em um sorriso assustador.Ele levava um saco de aniagem nas costas,lotado de ossos,e podia ver ate mesmo algumas caveiras.Ele nos encarou por alguns segundo,apontou pro rio,e sumiu floresta a dentro.Olhei pro rio,e vi varias pessoas,pareciam estar submersas sendo levadas calmamente pela correnteza,estavam com aparências deploráveis,os olhos eram buracos negros,igual a boca,que parecia estar gritando.Pareciam corpos,e quando eles notaram nossa presença não pararam de encarar,estavam sendo levados pra longe,mas estavam sempre virados pra nós.

-Aryn...

-Já sei.Quer ir embora pra casa,nhe!?

-Que? Não! Quero ir atrás do moço!

-Você ficou maluca?

-Ele não parecia ameaçador! Pra onde esta levando aqueles ossos? E se ele estiver precisando de ajuda? Vamos atrás dele,AGORA!

-...A Senhorita quem manda.

Aryn analisou um tempo,e logo arrumou uma forma de passarmos.

-Tem pedras que fazem um caminho ate o outro lado.

-Aryn,são minúscula,e estão muito distantes umas das outras! Não tenho nem equilíbrio pra isso.

Sem dizer nada,ele simplesmente me pegou em seus braços e pediu pra que eu me segurasse bem.Então ele começou a atravessar,pulando em pedras bastante pequenas que se mostravam ao longo do rio.Ele pulava de uma pra outra com muita leveza e facilidade,parecia que nem existia gravidade.Algumas gotas de água que saltavam do rio começaram a cair em seu cabelo,fazendo parecer que uma garoa suave havia caído em seus fios.Devido a toda ação,seu coque se desprendeu,revelando um cabelo leve que se cumpria ate o ombro,ele não chegou a olhar pra baixo um único minuto,olhava sempre pra frente com a cabeça erguida,seus olhos não brilhavam,mas haviam gotinhas em seus cílios que davam uma pureza encantadora.Não demorou muito pra chegarmos no outro lado.Estavamos um pouco molhados,mas antes molhados do que afogados no rio da morte.Mal pisamos do outro lado,e eu já sai correndo tentando avistar o homem,Aryn saiu atrás de mim,eu não tinha ideia de pra onde eu estava correndo,e isso foi um erro,do nada algo prendeu meu pé e me jogou pra cima com força,me arremessando em uma jaula que fechou a entrada automaticamente como uma ratoeira.