Prólogo

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Pov Cheryl Blossom

Central Parque,Nova Iorque - Quinta-feira,Março de 2015 - 09h15 A.M.

Endorfina.

Nada como uma boa dose de endorfina todas as manhãs. Sempre venho ao Central Park para começar o dia. Correr me faz bem e é um ótimo jeito de começar a manhã.

Eu estava correndo pela pista fazia quase uma hora e meia,o que foi o suficiente para me sentir cansada. Resolvi ir falar com meu único amigo naquele parque,assim como eu sempre fazia todos os dias.

Bom dia, Sr. Carter! Como vai? — disse para o senhor de cabelos grisalhos atrás da barraca de cachorro-quente.

Bom dia, Cheryl! Muito bem e a senhorita, como está?

Estou ótima!

Vejo que realmente não se cansa de vir aqui todos os dias.

Nunca! sorrio — Gosto de sentir a brisa fria da manhã.

Tome cuidado para não pegar um resfriado, garota. — fez uma pausa e olhou para o céu — Parece que vai cair uma chuva daquelas.

Acompanhei seu olhar. A escuridão havia tomado conta de praticamente toda a imensidão do azul-piscina que antes preenchia o céu quando eu havia saído de casa.

Acho melhor eu correr para chegar em casa a tempo. arregalei os olhos.

Espero que consiga, senhorita. desejou.

Eu também. Até amanhã, Sr. Carter! — acenei.

Eu não morava longe do parque. Apenas algumas quadras e chegava ao meu apartamento.

Voltei a correr,dessa vez com um pouco mais de velocidade. Apesar de saber que não conseguiria chegar a tempo em casa sem me molhar com a chuva, queria tentar ao menos não chegar ensopada.

Bom. Tarde demais.

A chuva começou a cair e não parecia estar para brincadeira. As gotas d'água caiam com força do céu cinzento e me acertavam em cheio. Em poucos minutos e eu estaria encharcada.

Depois de algum tempo correndo consegui sair do parque. Caminhei até a faixa de pedestres para poder atravessar a Quinta Avenida em segurança, e esperei parada o boneco do semáforo ficar verde, indicando que a passagem estaria permitida.

Eu já havia presenciado diversos acidentes com ciclistas e até mesmo corredores amadores, como eu, por não terem prestado a devida atenção na hora de cruzar a rua.

Havia dois grupos de pessoas. O grupo do outro lado, para o qual eu pretendia ir, com pessoas que pareciam ser importantes. Homens vestindo seus ternos e falando em seus celulares. Mulheres trajando roupas sociais que iam de vestidos, até simples conjuntos com camisas e saias. Alguns possuíam guarda-chuva. Outros não. E o outro grupo. O meu. Que estava do lado oposto ao primeiro grupo, também aguardando para a abertura do sinal.

Ao meu redor havia importantes
empresários e empresárias, com suas pastas. Mas também havia pessoas com trajes mais simples, como eu, que vestia apenas um conjunto de moletom para treino.

Enquanto esperava pelo sinal, parei para analisar o meu estado. Sem guarda-chuva, sem capa de chuva, com os cabelos molhados pela água que insistia em cair e a roupa completamente encharcada.

É Sr. Carter, acho que alguém aqui vai ficar gripada.

Percebi uma movimentação de pessoas de ambos os lados e me dei conta que o sinal havia, finalmente, aberto. Comecei a andar e fui empurrada algumas vezes por alguns apressadinhos que tentavam inevitavelmente chegar em seus destinos sem se molharem, mas tive que parar de andar quando fui acertada brutalmente no ombro por uma sombra preta.

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