Inverno 2021

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19:30
{Macarena Ferreiro}
Estava a voltar para casa , quando escuto o meu telemóvel a tocar.
-Alô?
-Finalmente atendeu Sra.Ferreiro- era o meu chefe Pedro Perez - De que raio serve os telemóveis se você não atende ?
Pedro era um homem baixo , cabelo grisalho , um pouco gordo. Dentro do trabalho ele era muito severo , e não gostava de funcionários com rendimento baixo. Eu admiro muito ele.
-Desculpe chefe , estou regressando do trabalho , estava tão concentrada na estrada que nem ouvi , como o senhor...
-Temos um novo caso , um cidadão encontrou um cadáver no parque Central- ele me interrompe- com marcas de tiros , pontapés e um saco de plástico amarrado na cabeça.
-Vou para aí.
Desligo a chamada.

Ultimamente tem havido alguns crimes , muito semelhantes. Coincidência? Hum...Não creio.

Ops, desculpem, nem me apresentei. Sou a Macarena Ferreiro , tenho 25 anos e sou hétero.
Sou detetive, e pode- se dizer que sou uma das melhores de Espanha. Os meus pais morreram , a minha mãe era professora , e o meu pai era polícia. Infelizmente a minha mãe faleceu quando tinha apenas 16 anos , morreu de cancro. E o meu pai? Suicidou-se. De desgosto , não aguentou a dor pela morte da minha mãe.
Fiquei a viver com a minha tia Isabel , uma mulher doce , com bom coração , eu a considero como a minha 2° mãe.
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Dez minutos depois , parei o carro num estacionamento perto do parque , quer dizer , nem tão perto assim. Uma gota de água caiu no meu pescoço , em seguida outra , começou a chover.
Levantei o capucho do meu casaco preto. Estava muito trânsito, semicerrei os olhos e só consegui ver os faróis dos carros.

Há muito tempo que não via Henrique, ele também trabalhava para a polícia. Eu tinha dormido com ele algumas vezes , mas não passava mais nada além de sexo.
O frio subiu-me pelas costas. Encolhi-me e ajustei a gola.
-Odeio chuva- pensei.

Quase todos os condutores na fila de trânsito era homens , morenos , por volta de 30 anos. O perfil perfeito para assassinos em série. Não sei se o autor do crime é mulher ou homem, mas que era muito agressivo , era.

Uma carrinha branca passou , um pouco suspeita. Em um dos casos , a polícia encontrou fibras de tapete correspondentes a uma carrinha branca Citroën Dispatch de 1994.

Continuei andando , até que um Peugeot azul parou a pouco metros. O condutor aparentava ter excesso de pessoa , a meio dos 40 anos e usava óculos. Ele me viu, e arqueou as sobrancelhas.

O carro aproximou-se de mim, abriu o vidro da janela e debruçou-se:
-Olá querida. Que rosto bonito , pareces estar com frio , eu podia aquecer-te- ele disse com um sorriso malicioso, e em seguida deu uma palmada no banco de passageiro ao seu lado.
Eu paralisei , por um momento , esqueci-me que era agente da polícia, e o pânico veio.
-Vá lá , entra , vamos aquecer-te- repetiu o mesmo , impaciente.

Afastei-me do carro , porém , percebi que o homem continuou a seguir-me. Olhei para dentro seu carro , e reparei que o homem tinha as calças abertas. Ele expôs o pénis , eu estava paralisada. De súbito, ouço uma sirene de cor azul.

O homem apressado , apertou as calças , fechou a janela , querendo ir embora.
Peguei no meu cartão de identificação da polícia e apontei para o homem, ele me encarou com uma cara nervosa. Mandei o homem encostar o carro na berma da estrada. Estava irritada e perguntando-me a mim mesma porque eu não fiz aquilo mais cedo.

Olho para o carro com a sirene azul e vejo uma pessoa , e um sorriso de canto surge na minha boca.

Misteriosa aventuraOnde histórias criam vida. Descubra agora