Capítulo 01

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Kang Yeosang

Qual é o verdadeiro sentindo da vida?

Essa é a famosa pergunta questionável que o Kang fazia a todo momento para si, nunca entendeu se era realmente necessário obter várias cicatrizes em seu emocional apenas para aprender lidar com a vida. Tinha vários sonhos, vários planejamentos para o seu futuro, gostaria de estar fazendo a sua faculdade de literatura ou até mesmo viajando para lugares que sempre quis conhecer, com seu emprego estabilizado junto com a sua saúde mental.

Queria poder realizar tudo isso ao lado da pessoa que realmente nunca o desamparou, seu melhor amigo, 'mas' essa palavra sempre tem que estar infiltrada quando as coisas desandam.

Como tudo isso deu errado tão de repente? Ele não havia sido bom o suficiente? Era normal as pessoas sugarem tanto a sua energia apenas para o ego inflado delas não serem corrompidos?

O pequeno deboche se instalou em seus lábios, estava sentado em um banco na praça não muito movimentada em plena 7h da matina, sem contar que estava um frio glacial, quem o olhasse ali o julgaria ser louco apenas por estar com a sua famosa jaqueta de couro preta, sua calça rasgada entre suas coxas e sua inesquecível bota.
O vento batia sincronizadamente em seus fios loiros jogando-os para o lado direito, não estava sentindo 'tanto' frio já que as moléculas do seu corpo estava sendo esquentadas pelo álcool e pelo terceiro maço de cigarro que tragava naquela manhã.

O toque do seu celular vibrava em seu bolso à cada 2 minutos, sabia quem era o indivíduo desesperado ligando para o mesmo, mas cogitou na ideia de apenas colocar o telemóvel em modo avião, realmente não estava nem um pouco afim de escutar San berrando em seu ouvido tão cedo, literalmente.

Ficou mais alguns minutos naquelas gélida pracinha, encarando uma cafeteria que estava sendo aberta para a rotina daqueles começar novamente, rolou seus olhos entre os quatro jovens que estava em frente ao estabelecimento, julgou que provavelmente eles trabalhassem ali também, sem nem ao menos perceber estava encarando um dos garotos ali e que em sua cabeça ele também estava o encarando ou talvez fosse apenas o efeito da bebida o deixando meio zonzo.

Suspirou desviando o olhar do local voltando-o agora para o antebraço marcando em seu relógio "hora de encarar a fera", ele sabia que seria impossível se desvencilhar do Choi já que o mesmo iria atrás de si até no inferno apenas para dar seus sermões e seus puxões de orelha.

Levantou um pouco rápido demais sentindo-se ainda mais zonzo, balançou a cabeça e viu tudo ao seu redor girar 'que merda' disse consigo mesmo, cambaleou de um lado para o outro indo 'quase' de encontro ao chão, se não fosse por dois braços segurando firmemente sua cintura.

— Você está bem? – o homem a sua frente perguntou sentindo o "aroma" de cigarro junto com o álcool podendo ver aquele que estava observando de longe mas agora de perto o rosto angelical e branquinho do loiro. — Vem, deixa eu te ajudar.

Tentou colocar o garoto rebelde em pé novamente, mas este não estava nas melhores condições para manter o equilíbrio do seu corpo.

— Por que está me ajudando? – perguntou meio enrolado. — Você ao menos me conhece, é inútil ajudar pessoas como eu.

O Kang estava sendo guiado por um desconhecido e que nem ao menos sabia o que ele iria fazer consigo, com toda certeza se San estivesse presente iria colocar em prática tudo que aprendeu nas suas aulas de Taekwondo.

O seu único pensamento era: "Se for pra morrer agora, pelo menos traguei o meu último maço de cigarro."

O homem que estava ao seu lado o ajudou atravessar a rua logo adentrando o estabelecimento do café.

𝕊𝕦𝕟𝕗𝕝𝕠𝕨𝕖𝕣Onde histórias criam vida. Descubra agora