Mais um domingo com um clima frio, as ruas vazias, o céu nublado, caminhando pelas ruas, árvores balançando por causa do vento, indo a casa do meu namorado para passar o resto do meu tempo livre ao lado dele. 10 da manhã, mensagem enviada mas não respondida, ele provavelmente estava dormindo, era o que eu queria acreditar, quando encaro novamente nosso chat de mensagem e o vejo online, sem me responder...
Virando a esquina de sua casa, consigo identificar, as cortinas fechadas, e uma leve luz acesa vinda de seu quarto, ele não dormiu.
Girando a maçaneta abrindo a porta destrancada, a casa estava toda escura, roupas espalhadas pelo chão, encarando a cozinha pôde ser percebido a silhueta de pacotes de comida abertos no balcão e algumas louças sujas na pia. Coloco a bolsa na mesa e subo as escadas indo ao seu quarto, a cada passo que eu dou os sons de tiro do jogo foram ficando mais altos. Olhando pela fresta da porta entre aberta a grande tela da televisao iluminando todo o quarto, Kenma por debaixo das cobertas deitado no chão sem nem ao menos piscar completamente vidrado na tela dando nenhuma importância ao barulho da porta abrindo.
— Oi ken - disse abrindo a porta e entrando, enquanto me agachava ao lado dele.— Uhm - ele disse continuado a encarar o jogo. Levanto e ando mais um pouco a frente ficando ao lado da TV podendo ver seu rosto. Olhos cansados e olheiras.
— Kenma você dormiu?
— Não. - Ele disse numa resposta seca.
—Você comeu?
— Comi.
— Quando você comeu?
— Ah não sei - ele disse fechando a cara.
— Meu deus Kenma eu ja disse pra você se cuidar, a vida não é só jogos sabia? e se você fica doente, ou pega uma anemia? pelo amor de de-
— Nossa cala a boca - ele disse irritado me intrrompendo e me dando uma olhada rapida. - A vida é minha e o corpo é meu, eu não pedi pra você estar aqui. Você é meio irritante agindo como minha mãe - Ele disse simples, como se não fosse nada.
— Me desculpe então se eu me importo demais com você, ja que você não se preocupa nem comigo, nem consigo mesmo. - eu disse encarando ele, enquanto o vejo perder no jogo e me encarando com um olhar irritado. - Me acha irritante porque eu me importo com voce?
— Nossa o que você quer de mim? Ja fez eu perder o jogo e ta fazendo eu perder minha paciência. - ele disse jogando o console no chao mas continuando deitado de bruços.
— EU SÓ QUERO QUE DIGA QUE GOSTA DE MIM, QUE FAÇA PRESENCA E NAO ME FAÇA ME SENTIR SOZINHA EM CASA, QUE EU SAIBA QUE VOCÊ ESTA AQUI POR MIM. - ele se levantou e saiu do quarto virando as costas pra mim. Enquanto ele desce as escadas com pisadas irritadas e fortes em direção a cozinha eu vou indo atras dele, o dizendo para não me ignorar.
— QUE SACO, SABE QUE EU NAO SEI ME DEMONSTRAR, NAO SEI TE DAR AMOR E CARINHO O TANTO QUANTO VOCE QUER, EU LAMENTO, MAS VOCE ESCOLHEU ESTAR AQUI. - ele disse na cozinha, do outro lado do balcão.
— NÃO É COMO SE VOCÊ JA TIVESSE TENTADO NE. VOCÊ NEM AO MENOS SE ESFORÇA PARA TENTAR MUDAR- eu disse quase chorando, tentando não me demonstrar abalada com o que ele disse. - sabe, eu sinto como se eu tivesse no seu caminho, atrapalhando sua vida.
— EU TENTO MUDAR, EU FAÇO UMA LISTA DE TODAS AS MANEIRAS PRA TENTAR MUDAR, MAS EU SEMPRE CONTINUO O MESMO ME DESCULPE. EU SOU ASSIM, NAO HA O QUE ME FAÇA MUDAR. - ele disse se virando de costas e pegando um biscoito no armario.
— Bom, se você não pode mudar eu tambem não posso, talvez isso, não vá dar certo.
— O que quer dizer? - ele disse abaixando seu tom de voz e voltando a me olhar nos olhos.
— eu estando aqui ou não não faz diferença pra você, então acho que você sabe o que eu quero dizer. - eu disse botando minhas mãos no balcão e olhando para os meus pés.
— entao isso é um termino? - ele disse num
tom calmo e meio assustado.— é, acho que sim né - desviando o olhar dos meus pes olhando para o lado tentando evitar olha-lo.
— olha, me desculpa se eu me exaltei, é que com os jog- - ele falou tentando arranjar um jeito de se desculpar, olhando para cima e apoiando as maos no balcao.
—para de botar a "culpa" nos jogos, a culpa é realmente minha por ter me metido na sua vida ocupada. Desculpa te atrapalhar, e fazer papel de mãe pra voce, quando você é extremamente responsavel pra se cuidar sozinho.
— Tambem não é assim, eu gosto de voce, é so que- - voltamos a nos olhar ainda separados pelo balcão.
— eu não quero explicacoes, agora é meio tarde pra isso, talvez um dia a gente se resolva, mas esse dia não vai ser hoje - eu disse saindo apressada da cozinha tentando nao chorar na frente dele e pegando minha bolsa na mesa indo em direcao a porta, enquanto ele me seguia
—Tchau Kenma - o disse o olhando saindo o mais rapido possivel. - Ate um dia, se cuida. - me virei e voltei pelo mesmo caminho que vim, sem olhar para tras.
— ele apoiado no batente da porta me olhava indo embora pela rua fria.
Enquanto caminhava minha cabeca so latejava as palavras que ele me disse "eu gosto de voce", talvez tenha sido da boca pra fora, mas ele finalmente disse...Por favor Kenma, goste de mim.
Kenma's pov
"Desculpa te atrapalhar", aquelas palavras martelavam minha cabeca, a culpa formando um buraco no meu peito enquanto a via indo embora pela minha rua, eu só queria mudar, e poder mostrar para ela o quanto eu a amo, queria saber o meu problema, o que tanto me impede de dizer "eu gosto de voce" ?
Eu me odiava por ter perdido a pessoa que mais se importava comigo, por ter a tratado como um lixo por esse tempo. Ela vira a esquina e some da minha vista, agora acho que é realmente um adeus.Mas eu prometo que vou mudar, vo dizer o quanto me importo com voce e o quanto eu te amo, me desculpe.
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boa tarde limdes, voltei 😛
