Capítulo Único

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No mundo é comum, infelizmente, que nos vagões do trem hajam molestadores. E é por isso que, para evitar estupros, há alguns vagões reservado para mulheres. Esses caras não podem ver um "buraco" que já querem se satisfazer, sem pensar na garota que está sendo submetida a tal ato.

Você sempre pensa que nunca acontecerá com você, até que acontece.

Hoje a estação estava mais cheia do que de costume, muitas pessoas amontoadas esperando o metrô. Eu era uma delas. Meu nome? Sakura Haruno, uma colegial; estudante do terceiro ano do ensino médio.

Eu estava ali desde cedo, quando ainda havia poucas pessoas. Vestia um uniforme típico de verão; uma saia pregada mais curta do que realmente deveria ser, blusinha social do colégio de Konoha, meias até pouco abaixo do joelho e sapatilhas. Em meus braços, segurava minha bolsa.

Senti-me incomodada, como se alguém me observasse. Olhei para os lados, tentando ver de qual direção vinha essa sensação e logo encontrei... Um homem alto, de porte forte e longas madeixas negras, fitava-me intensamente, era quase possível sentir o peso de seu olhar em cima de mim. Ele era bonito, devo admitir, mas... Aquele olhar parecia o olhar de algum animal felino pronto para atacar sua presa... e eu esperava que essa presa não tivesse cabelos rosas.

O sinal de que o metrô se aproximava, arrancou-me da atenção das orbes negras por alguns segundos, mas quando olhei novamente, ele já não estava mais lá. Soltei o ar preso em meus pulmões, sentindo certo alívio; talvez tenha sido minha imaginação.

O trem parou e logo as pessoas apressadas começaram a andar, com aquela afobação típica para conseguir se sentar. Era tanta gente que assim que os grandes portões de ferro se abriram, foi um rebuliço para entrarmos. Eu, por ser pequena, acabei por ser arrastada para dentro do trem, contra minha vontade e, para piorar, ao levantar a cabeça percebi que ao meu redor só havia... Homens.

Certo! Sakura, mantenha a calma e respire fundo.

"Você só está em horário de pico em um vagão cheio de homens e só você, pequena e indefesa aqui"

Olhei para meus pés, apertando minha bolsa contra os peitos. Precisava raciocinar. Levantei a cabeça e resolvi tentar ir para perto da janela, pois aqui estou cercada de todos os lados por homens, vulnerável; lá pelo menos eu tenho menos lugares para focar, se precisar me defender.

Tentando não chamar atenção, comecei a me espremer entre eles. Senti alguém passando a mão na minha bunda e tremi. Preciso sair daqui.

Finalmente cheguei à janela.

Fiquei de costas para a janela e coloquei minha bolsa frente às pernas... Droga de saia curta! Observei o vagão, estava bem cheio. Foi quando notei um ponto negro, e, serrando um poucos os olhos, concentrando minha visão, percebi que era o mesmo homem que me olhava anteriormente. Abaixei minha cabeça rapidamente, pois ele me secava novamente. Deus me ajude!

O trem já havia passado umas três estações, quando senti minha cabeça encostar em algo duro, ergui os olhos, me deparando com uma camisa social negra... Havia esbarrado na barriga de alguém.

— Me desc... – Me interrompi, com a visão.

Era ele, o mesmo homem. Ele olhou para mim e sorriu. Meu coração acelerou, senti que meu corpo havia esfriado. Abaixei novamente a cabeça. Como ele havia ido parar ali, e eu nem percebi?

Senti uma mão passando em minhas pernas. Gelei. A mão fora subindo pelas minhas coxas, apalpando e apertando-as.

Entre apertos e apalpadas cheias, sua mão estava chegando em minha intimidade. Em um ato de defesa, virei-me para a janela. Parece ter sido um erro, quando, poucos minutos depois, fui espremida contra o vidro, e a mão que antes me apalpava pela frente, deu a volta em meu corpo, alcançando minha cintura.

A próxima estação - OneShotOnde histórias criam vida. Descubra agora