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17 anos atrás…

Busan, Coréia ( 03:01 AM)

Eu me via em uma mata escura, tudo à minha volta parecia normal.

Porém, nem tanto.

Eu me sinto vigiado e não sei por quem. Escuto um barulho vindo de uma parte mais escura da floresta e ando em passos vagarosos até o barulho, sentindo minhas pernas bambas.

Bamba é pouco.

Minhas pernas pareciam vara verde de tanto que tremia!

O que isso significa? Eu não sei.

Mas sempre ouvi minha mãe falando que antes de levar injeção eu ficava tremendo mais que vara verde.

Após adentrar na parte densa da floresta, não consegui enxergar absolutamente nada. Tudo havia virado apenas um breu.

Escuto barulhos de passos vindo em minha direção e fico atento, novamente tentando olhar o que estava ao meu redor, porém falhando já que a escuridão era tanta que sequer meus olhos conseguiam se acostumar.

Sinto uma respiração pesada em minha nuca e fico parado.

Meus pés pareciam estar presos ao chão.

— Olá, maninho.

Meu corpo inteiro gelou.

Aquela voz parecia bastante com a minha, porém seu tom era um pouco mais rouco.

Finalmente meus olhos conseguem se acostumar um pouco com a escuridão, porém antes mesmo de conseguir focar o olhar em algo, tudo desmorona.

Literalmente.

Sinto o chão tremer abaixo de mim e arregalo os olhos desesperado.

Olho para trás e consigo ver uma rachadura se formando no chão vindo em direção a mim.

Tento correr, mas não consigo.

Tento gritar, mas não consigo.

Escuto uma risada próximo ao meu ouvido e logo sinto um frio enorme na barriga, um bolo se forma na minha garganta dificultando a respiração.

Um zumbido infernal começa a ecoar em minha cabeça e então eu me abaixo e fecho os olhos com força preparado para o pior.

Quando a rachadura se aproxima, meu corpo é brutalmente empurrado para um dos lados.

Ofegante eu abro meus olhos e consigo ver uma sombra preta exatamente da minha altura do outro lado acenando para mim.

Desesperado me viro para correr e vejo que atrás de mim havia a fachada da minha casa.

Mas a sombra segura o meu braço com força e consigo sentir seu hálito quente próximo ao meu ouvido.

— Eu nunca te perdoarei por estragar a minha segunda chance. Melhor ir se acostumando, porque isso aqui não é nem o começo.

Ele proferiu essas palavras com o nítido tom de mágoa.

Meus olhos enchem de água.

Eu não sei o que eu fiz. Mas eu quero a minha mãe.

Lágrimas escorrem em meu rosto, porém antes mesmo de tentar gritar sinto suas mãos apertando meu pescoço e estrangulando minha jugular.

Tento puxar o ar, mas obviamente não recebo êxito, pelo contrário, sinto meus pulmões queimarem com a falta de ar.

Demon Brother ; jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora