Anéis de Saturno

Estrelas

Eu quero que você saiba a verdade por trás de tudo que digo para ti. Quero que saiba sobre ela, tão pura e sincera que dança com a nostalgia da minha inocência infantil que fora arrancada pelo mundo pouco antes de te conhecer, ela permanece escondida nos "te amo" que digo enquanto sonho em me envolver nas suas palavras mirabolantes e belas derramando sentimentos sendo entendidos como um quebra-cabeças perfeito, daqueles que se confundem com obras de arte e são emoldurados na parede da sala jantar de alguma família fugitiva da vontade de montá-lo novamente.

Também quero que saiba a vontade que tenho de te envolver nos meus braços durante inverno gélido enquanto canto meu amor em forma de melodias improvisadas que representam meu coração que bate milhares de vezes durante todo o dia, pouco a pouco em sístole e diástole conforme o sangue vermelho é transportado pelo meu corpo, mostrando que eu te amo mais em cada uma das batidas do sangrento órgão que ainda pingava minha tristeza no chão quando você apareceu, assoprando dentes-de-leão na esperança de encontrar o amor.

Observo a lua distante e penso como minhas declarações noturnas passaram de choros dolorosos para os mais românticos pensamentos que surgem do meu lado amante de poesia, o lado insistente e incansável que ainda acredita na fantasia de amor verdadeiro. A minha parte lógica insiste em ensiná-lo que não passa de uma belíssima ilusão fruto da carência pela falta de saber ser feliz sozinho, mas ele é teimoso e prefere ainda dizer lindas palavras que se desprendem e voam com o vento para sabe-se lá qual seu destino final, mas prefiro acreditar que seja algum lugar pertinho de seu coração, porque não consigo dizer olhando em seus olhos.

Seu jeito, inconfundível apesar de estar entre mais de milhões de pessoas em todo o mundo, com suas roupas compradas em brechós e blusas com desenhos de abelha fazem meus olhos brilharem enquanto você se aproxima mais um pouco para me aquecer com o seu corpo, sem se importar com as lágrimas que rolam pelo meu rosto de maneira tão apreensiva pelo medo de ser deixada no meio do meu próprio mar por causa do complicado pranto que molha sua roupa. Eu estou assustada e andando pelo inseguro arco-íris que é nosso amor, assustada e trêmula desejando apenas estar sentindo o perfume adocicado que ganhou de aniversário de algum parente que desconhece o seu apreço por perfumes masculinos.

Você sorri contra minha boca sempre que nos beijamos, como naquela noite iluminada pelo pálido luar na sacada da sua casa, e dança com as borboletas, aquelas que fiz questão de libertar do meu estômago, que nos contornam enquanto rodopiamos pelos frágeis e belos anéis de saturno, sendo iluminadas pela luz das estrelas que em nada se compara com o quanto minha garota está brilhando agora, girando e balançando seu cabelo escuro em sintonia com o vestido preto que veste. Queria que pudesse ver o quão linda está agora, talvez entendesse o motivo para todo o meu bem querer ser tão seu.

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