Can You Help Me?

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Estou mas uma vez nesse maldito psicólogo,minha mãe diz que eu sou louca,por não ter amigos e passar a maior parte do tempo trancada no quarto.

-Mãe,já posso ir?Aqui é um inferno!-falei grossa e recebi um tapa no rosto fraco,mas somente fraco por estarmos na frente da psicologa.

-Mais respeito,Mary.-disse e voltou a conversar com a psicóloga.

Bufei.Minha bunda já doía,devia estar ali a umas 2 horas,apenas sentada sem fazer nada.

-Muito obrigada doutora,até amanhã.-minha mãe disse e se despediu com um aperto de mão.-Você é uma vergonha mesmo,não consegue parar com isso?Te mandei aqui para seu bem!

-EU NÃO SOU LOUCA.-falei alto e parei de andar.-Porque não acredita em mim?

-Vamos.-disse e me puxou pelo braço,apertando com força.

-Está me machucando.-falei.-Me larga.

Parecia que não havia dito nada,simplesmente ignorou e continuou a me puxar.
Eu odeio minha mãe.

Por mais que a palavra “odeio”,seja sinônimo de ódio e ser uma palavra forte,eu posso a usar nesse caso. Eu realmente odiava minha mãe,não deveria pensar assim,eu sei.

-Eu e seu padrasto vamos sair hoje a noite,você fica em casa,voltamos por volta das 2:00 da madrugada.-falou e me olhou pelo retrovisor.

-Ta,me acostumei,usem camisinha,não quero nem ver o que iria sair de vocês dois.-falei e o carro freiou.

Freiou com muita força,choquei minha cabeça contra o banco da frente,batendo com força.

-Não diga isso,nunca mais.Deve ter respeito ao Daniel,sempre.Ele é seu “pai” agora.-falou curta e fria.-Se você fizer mais alguma coisa assim,eu lhe tranco no quarto.

Fiz bico. Não sei o motivo pela qual minha mãe me trata assim,não entendo.Depois que papai nos abandonou,ela vem me tratando de forma diferente,como se fosse a minha culpa dele ter partido.

Felizmente estacionou o carro em frente a nossa casa que costumo chamar de inferno.Subi as escadas correndo em direção ao meu quarto,não tenho muita intimidade com Daniel,então não falo com ele,nem ao menos um “Boa tarde”.

Deito-me na cama,e fico observando as estrelas falsas que tem em meu teto,com a luz apagada,elas acendem.
Tudo tem o seu lugar,tudo tem a sua hora,e eu cansei de esperar a minha hora.

Fiz o que era acostumada a fazer todos os dias. Levantei-me e fui em direção ao banheiro. Abri uma gaveta,e minha coleção de lâminas apareceu. Retirei uma de lá,eram 3 no total, já usei todas, e não me orgulho disso.

Tranquei a porta,e me sentei na cama. Olhei fixamente para a lâmina,dobrei a manga do casaco,e passei a lâmina levemente sobre a pele. Franzi a sombrancelha. Mais e mais motivos me vinham a cabeça,e a cada motivo,era um corte.
Um corte,uma solução.

Escutei alguém bater na porta, e rapidamente guardei a lâmina no bolso e baixei a manga.

-Quem é?-perguntei.

-Eu,abre aqui.-escutei a voz de minha mãe dizer.

Rolei os olhos e abri a porta.

-Estamos indo.-falou e abriu um sorriso.

Fechei o rosto,queria que ela saísse o mais rápido possivel,para ficar sozinha finalmente.

-A psicóloga me ligou.-falou adentrando no quarto e se sentando ao meu lado.-Disse que você precisa de ajuda.Que está louca.

-Eu não estou louca! Mas que merda,é difícil entender? Eu estou bem,super bem.Ok?-menti. Não estava nem um pouco bem,mas as vezes era preciso mentir.

-Vamos voltar lá amanhã,e ela decidira o que fazer com você.-disse e saiu do quarto.

Lagrimas me vieram,eu não queria ir para outro lugar, não queria ir a psicóloga, não queria nada,apenas ficar sozinha.

Soquei a porta,e comecei a chorar. Chorar é o que eu mais sei fazer,já nasci sabendo.

Escutei o som do carro, eles haviam ido. Fui até o quarto de Daniel e da minha mãe,e peguei o notebook.

Abri a Rede - uma rede social lá da escola - e fiz meu login.

Só havia um amigo,TJ,não sei ainda o porque dessas palavras e não o real nome dele. O procurei no bate-papo,e finalmente o achei.

Eu: OI SEU PUTO.

TJ: Fala veada.Tudo bem? Como foi na psicologa hoje?

Eu: Mesma coisa. Entendiante. Amanhã eu vou lá,e disse que ira fazer alguma coisa comigo,mas que irão decidir.Me acham louca.

TJ: COMO ASSIM?! Elas não podem fazer isso,não vão. Onde você tá?

Eu: Em casa,sozinha.

TJ: Estou indo ai.

Eu: Ok.

Desliguei o notebook e desci. Fiz pipoca de microondas e um guaraná que eu não sei de onde surgiu.

Escutei a campainha tocar,e corri até lá. Estava fresco aqui fora,bem mais que lá dentro.

TJ,é um menino lindo,lindo mesmo.Loiro,olhos azuis,o oposto de mim,e juro que acho que ele tem uma queda por mim, mas não tenho certeza.

-Entra.-falei terminando de abrir o portão e dando passagem para entrar.

Suspirei. Sabia que ele me faria mostrar meus cortes,ele é o que me ajuda,não preciso de uma psicologa quando se tem um TJ.

-Muito bem,mostre.-disse em relação aos cortes.-Agora.

Levantei a manga do casaco,e baixei a cabeça. Ele segurou meu braço levemente,e passou o dedo por cima dos cortes.

-Mary...-começou a dizer me abraçou.-Quero que pare com isso,por favor.

-Não dá.-falei, e comecei a chorar.-É difícil.

-Não é impossível.-falou e senti me abraçar com mais força.

Não falei mais nada, apenas ficamos abraçados. Depois do "momento depressivo", escolhemos um filme para assistir e passamos a noite assim,assistindo vários filmes e comendo até não poder mais.Ele é meu melhor-amigo,ainda bem que o tenho.
Eu acho que o amo.

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⏰ Última atualização: Feb 25, 2015 ⏰

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