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Perdida nos seus pensamentos

vivendo em uma utopia, ela se isola do resto do mundo
por que faz isso?
ninguém sabe. nem ela mesma.

mas ela acha interessante e reconfortante assistir de longe o sol nascendo e se pondo,
pessoas felizes com seus cachorros passeando todos os dias com roupas coloridas,
casais andando de mãos dadas sorrindo um para o outro atravessando o farol,
videos de pais e seus filhos pequenos se divertindo e a risada divertidas de suas mães de fundo,

ela desejou criar memórias assim

mas ao chegar em casa apenas os pássaros em sua janela faziam som,
as risadas abafadas que antes ouvia alto no parque agora estavam presas do lado de fora da porta de seu apartamento,
o barulho do relógio de ponteiro se faz presente

tic tac

o tempo esta passando

tic tac

eles dizem você esta perdendo seu tempo

tic tac

pare de se espelhar nos momentos dos outros e crie seus próprios momentos

tic tac
tic tac

e como o barulho veio, foi embora, parece que teria que fazer parte de seu próprio porto seguro

criar essas tantas memórias que vê estranhos criando,
ela terá que encontrar alguém assim. 

mas primeiro precisará encontrar a si mesma.
perdida em todas essas perguntas que se faz de manhã,
por que acorda tão cedo só para ver o sol nascendo?
por que dorme tão tarde só para ver as estrelas?
por que sempre se arruma para ir ao parque se tudo o que faz é observar os outros?

ela sente saudade de viver
ela sente saudades de conviver com alguém que a olhe nos olhos,
e que no segundo seguinte não a abandone,
mas não faz nada sobre

apenas,
observa a vida indo e voltando,
indo e vindo.