Prólogo

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–Isso não valeu!

–Valeu sim!

–Para de ser infantil Máni, só aceite que sua irmã venceu.

–Mas nós somos gêmeos, eu deveria ser tão bom quanto ela!

–Eu também queria que fosse, pode ter certeza –O mais velho diz fazendo Máni esconder a sua raiva pelo seu pai, não ousaria desafiá-lo.

–Você vai melhorar Máni, é só a gente treinar mais.

–Não aumente o orgulho de seu irmão Sunna –Diz rígido –Podem descansar, irei ver Glaur e se está tudo pronto para irmos, se arrumem.

–Já estou aqui Muldilfari, se arrumem rápido, sairemos em breve.

Os dois menores saíram do cômodo, qualquer um que os visse perceberia o contraste de suas personalidades, a expressão de Máni exibia o seu desgosto e todo aquele orgulho ferido que era machucado todas as vezes que terminar de treinar com sua irmã, que diferente do irmão, exibia um sorriso animador que exaltava sua emoção para aquela tão importante ocasião para si e para seu irmão, mas além disso, Sunna também estava muito animada para mostrar sua surpresa para Máni.

–Máni! Tenho algo muito legal para te mostrar –Querendo melhorar o humor do irmão, tira um pequeno ser que brilhava fortemente no bolso interno de seu casaco.

–E o que seria isso? –O outro questiona enquanto escondia seu interesse.

–Eu chamo de estrela –Após a fala de Sunna, o que era apenas uma pequena bola dourada brilhante, pôde ser visto como um dos seres que viviam sob seus pés, no lugar conhecido como Planeta Terra.

–Isso tem vida? –Questiona após ver que aquilo se movia lentamente.

–Sim! Eu dei um pouco da minha energia para ela, então ela tem vida agora, muito legal, não é?

–Sim, muito incrível –Responde tentando mostrar completo desinteresse, não conseguindo ao continuar a analisar a tal estrela

–Você não gostou? Eu fiz pra –Foi rapidamente interrompida pelo irmão, se assustando pela mudança do tom de voz do outro.

–Para impressionar a todos, como sempre! Você sempre tem que ser a melhor, por que só você consegue fazer uma estrela? –Fala agora sem nem ao menos se esforçar para esconder suas emoções.

–Você nem tentou –Diz triste pelo rumo daquela conversa, não era e nunca seria a sua intenção aborrecer seu irmão.

–Para quê? Fracassar e ver o quanto você é melhor do que eu?

–Eu te ajudo.

–Você não precisou de ajuda, então por que eu iria precisar? –Grita, chamando a atenção dos pais que se aproximavam.

–O que está acontecendo aqui? –Glaur pergunta com as sobrancelhas arqueadas, analisando os dois.

–Nada –Máni responde com a voz mais baixa –Estou indo me arrumar –E sai deixando sua irmã magoada e seus pais confusos e desconfiados para trás.

Máni anda de um lado para o outro de seu quarto preenchido de tons escuros, preparando todas as suas coisas enquanto seus pensamentos estavam presos na pequena criatura criada por Sunna. O tempo passa e ele continuava com o mesmo foco, até que quando ao ter certeza de que todos em sua grande casa já descansavam, sai em direção do quarto da irmã, entrando ali com cuidado e total silêncio.

Mesmo sem nenhum tipo de iluminação, era notável que até mesmo o quarto de sua irmã é um contrate do seu, já que era repletos de tons claros, em principal de vários tons de amarelo e branco.

Se aproximando da cama de Sunna, onde ela descansava serenamente, Máni pôde ver um pequeno brilho saindo de uma caixa posta no mesa de cabeceira, silenciosamente ele pega a caixa, apoiando-a em uma das suas mãos ao usar a outra para abri-la lentamente por conta do brilho que ameaçava machucar seus olhos. Antes de abrir a caixa por completo, Máni percebe uma pequena etiqueta na tampa na mesma, com algo escrito em uma caligrafia perfeita e detalhada.

Para meu irmãozinho

–Se é para mim não tem problema eu pegar agora –Sussurra ao finalmente ver o várias daquelas estrelas deitadas no fundo da caixa, quase todas estavam dormindo, exceto uma que Máni reconheceu ser a mesma que lhe foi mostrada antes, já que era a única ali que continha o cabelo roxo enquanto as outras tinham o cabelo tingidos por outras cores, sem se repetir.

Ele pega aquela estrela com cuidado para que não a machucasse.

Ao apoiar a caixa de volta na mesa de cabeceira, agora Máni tem a estrela em pé de sua mão o observando em confusão, até que a estrela sente uma grande dor percorrendo todo seu pequeno corpo, para em seguida perceber uma fina linha de luz conectar a região do seu peito com a ponta do dedo de Máni. Sem conseguir suportar mais aquela dor, a estrela se deixa ser levada pela dor, até não sentir mais nada, nem ao menos seu brilho que lhe dava vida.

Assim que aquela estrela havia parado de brilhar e o fio de luz se desfaz, Sunna, que estava agitada sobre sua cama finalmente acorda assustada, e quando olha ao redor tem a imagem de ser irmão também assustado ao ser pego, em seguida vendo a pequena estrela já sem brilho e sem vida.

–O que você fez? –Ela pergunta se levantando rápido para conseguir pegar a estrela em suas mãos e analisá-la.

–Estava escrito que é para mim, apenas peguei –Responde calma em contraste com o que sua irmã sentia.

–Eu as criei para que você pudesse lembrar de mim, isso caso tivermos que nos separar por conta da escolha do deuses –Sunna responde com os olhos lacrimejando ao ver o irmão pegar a caixa onde suas outras estrelas estavam, não acreditava que ele havia estregado seu próprio presente.

–Calma, eu não sabia que ela ficaria assim –Diz ao olhar a estrela ainda nas mãos de Sunna.

–Elas são muito especiais para mim –Continua a dizer se lamentando –Cada uma delas é uma parte de mim.

–Está bem, eu entendi –Máni diz ao tentar acalmar a irmã, não por preocupação, mas sim porque o choro de Sunna começara a irrita-lo –Mas tem mais nada que se possa ser feito agora.

Sunna ainda choramingava em luto da primeira estrela que havia criado, a abraçava como podia, lamentando e pedindo perdão internamente pelo seu irmão. Máni percebeu que a irmã não se acalmaria tão rápido, e ele tinha que sair dali antes que seus pais pudessem acordar, encontrá-los ali e pergunta o que havia acontecido.

–Tenta descansar, temos um longo dia amanhã –Máni diz em um tom mais suave, ao tentar convencê-la.

–Promete que vai cuidar bem delas –Sunna pede quase que em imploração.

–Está bem, eu prometo, agora vá descansar –Volta a dizer sem o tom calma de antes.

Conformada, Sunna volta a deitar em sua cama enquanto Máni voltava para seu próprio quarto, ao chegar lá, ao invés de ir dormir como propôs a irmã, ele se sentou sobre sua cama para que começasse a fazer o mesmo que fizera com a primeira estrela em todas as outras, não restando sequer uma estrela com brilho.

Assim que terminara, ele coloca todas as estrelas de volta na caixa, para depois esconder a caixa em seu quarto, para que enfim pudesse dormir, se sentindo mais cheio de energia, e poder.

–Ele me prometeu –Diz Sunna durante um choro silencioso em seu quarto, ao ter sentido cada uma das suas estrelas perderem o brilho.

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⏰ Última atualização: Sep 06 ⏰

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*Rascunho* Missão De Uma EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora