A Espada Perdida de Patrí

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LURIEL

Aos poucos uma grande aglomeração de pessoas se aproxima da sacada do castelo, há inúmeros soldados armados com lanças, espadas e escudos protegendo as portas que levam ao salão real. O lugar todo é arborizado e bem cuidado. Um chafariz está localizado no meio do pátio e ao longe um grande portão de ferro separando o castelo da Província de Luriel. Os cidadãos só podem passar pelo portão em dia de pronunciamento real, como é o dia de hoje.

- Ouvi dizer que haverá recompensa – Murmura um homem baixinho para a mulher ao seu lado.

- Sei não, dizem que é perigoso – Ela responde, porém o homem só dá de ombros revirando os olhos.

Um som de trompete ganha força e faz todos ficarem em silêncio enquanto olham aflitos para cima. O guarda real se aproxima da sacada e os cidadãos o reconhecem imediatamente: Eifhar, o Soldado Chefe; famoso pela crueldade no campo de batalha.

- Senhoras e senhores. Sua Alteza Real. – Eifhar fala e em seguida estende o braço apresentando a figura de um homem caucasiano, vestindo uma roupa branca com diversos detalhes em dourado, uma capa vermelha com as bordas também em dourado e uma coroa por cima de seus cabelos; ao seu lado está a Princesa Lunna, filha mais velha do rei, usando um vestido azul caneta com luvas na altura do cotovelo, seu cabelo preso em uma trança está apoiado em seu ombro e amarrado com uma bela fita. Lunna olha aflita para todos enquanto seu pai sorri e acena.

- Meu caro povo de Luriel, como vocês sabem, é chegada a hora. Estávamos todos muito ansiosos para o dia de hoje.

A multidão de aproximadamente cem pessoas grita e comemora, o que faz o Rei se silenciar até que os ânimos cessem. O Rei se vira para Eifhar que o entrega um pergaminho enrolado; as bordas estão gastas e manchadas. O Rei abre o rolo de papel e começa a recitar os versos nele escritos:

"Reza a lenda que a espada de um antigo samurai está perdida entre as terras do deserto de Muáh e o pântano selvagem de Loijí. Ambos os lugares são fora das províncias do castelo e completamente assustadores para humanos, pois neles existem feras e monstros. Todavia, além desta espada ter sido feita com ouro imperial o que a torna inquebrável, ainda dá habilidades mágicas e únicas ao portador que a segurar, mas cuidado! A espada é altamente perigosa, se houver alguma maldade em seu coração, sua alma é absorvida pela espada e você ficará preso em Magí, um lugar onde ninguém nunca consegue sair. Mas lembrem-se, a magia que emana da espada só ficará perceptível até o fim do décimo quinto dia do ano 3050, e após isso, se ninguém encontrar, a espada ficará oculta por mais mil anos. Somente um homem e da espécie humana com boas intenções e temente à coroa poderá achar a espada perdida e desfrutar de sua magia e as bonanças oferecidas pelo castelo."

Todos gritam em comemoração e o Rei está sorrindo, desfrutando de todo esse alvoroço, e ao seu lado, sua filha remexe os dedos na luva; uma parte dessa lenda a estava incomodando.

- Somente um homem poderá encontrar – Lunna murmura baixinho. - Preciso ir embora para conversar com...

- Meu senhor! – O grito de um homem traz a Princesa de volta à realidade. – A que horas podemos partir em busca da espada?

O Rei sorri friamente para os seus fiéis.

- Agora mesmo – O Rei pega uma moeda e se prepara para o arremesso – Quando esta moeda cair no chão, todos podem partir em busca da espada.

- Pela Coroa! – O Guarda Real grita alto.

- Pela Coroa! – Respondem todos como um coral de vozes.

O Rei então joga a moeda para cima e o metal despenca da sacada em direção ao chão. Quando o objeto atinge o solo, todos os homens que ali estavam presentes correm para fora do castelo; o Rei, distraído, aplaude os corajosos guerreiros e não percebe que sua filha já havia saído de sua presença. Caminhando a passos largos, a Princesa Lunna desce as escadas em direção à parte inferior do castelo, passando por empregados e soldados que, ao vê-la, se curvam. Todas as janelas do castelo estão abertas e o vento do lado de fora faz com que o seu corpo trema – ela pensou que fosse por conta do frio...

Conto: A Espada Perdida de Patrí - COMPLETO.Onde histórias criam vida. Descubra agora