Assim que acordou no primeiro dia de aula, Elisabeth não pode deixar de sentir um frio na barriga, ela odiava essa sensação de incerteza muitas pessoas ficam eufóricas com coisas como o primeiro dia de aula ou conhecer gente nova, mas ela na maioria dos casos se sentia presa e desconfortável.
É muito difícil dizer se vão gostar de você ou se vai fazer amigos, ela não se importava muito com essas coisas, mas preferia não ficar isolada as vezes como ela já havia aprendido a solidão pode ser uma prisão muito cruel.
Deixando as dúvidas de lado ela resolveu agir como uma adolescente normal e perder tempo se arrumando, penteou os seus cachos revoltos, escolheu um casaco verde e um sapa tênis para quando voltasse de bicicleta.
Apesar das insistências de sua mãe para que voltasse a usar maquiagem ela não usava, atualmente preferia mostrar a sua beleza real, se fossem gostar dela teriam que gostar das manchas no rosto, dos óculos quadrados que escondia os seus olhos castanhos e todo o resto.
Para o café da manhã ela resolveu fazer um chá e comer um dos pães que haviam sobrados do dia anterior com uma geliléia de frutas vermelhas que Emily havia lhe dado quando saiu da fazenda.
Apesar de o céu não dar sinal de chuva ela já tinha reparado que o clima era inconstante nesse lugar, por isso se certificou de que estaria com o guarda-chuva na mochila.
Quando saiu ainda tinha um resquício do nevoeiro que se formou no início da manhã por volta das cinco horas, no caminho ela pode ver alguns alunos indo a pé, porém não falou com nenhum deles, a escola já estava aberta quando ela chegou, mas não tinha quase ninguém.
Como sempre ela tinha chagado cedo tentava evitar ao máximo a agitação dos corredores, muita gente junta correndo de um lado para o outro a deixava com uma sensação desagradável de nostalgia.
Deixou a sua bicicleta no estacionamento e rumou para dentro do grande prédio ficando surpresa ao ver que logo depois da porta tinha uma escadaria que descia dois andares, essa era uma das curiosidades dessa escola ela tinha mais dois andares no subsolo, algo peculiar, mas não o suficiente para ser estranho.
Tirando o papel que trazia no bolso ela procurou a sala da sua primeira aula que para o seu desgosto era química, ela nunca foi brilhante em todas as matérias, porém química era a sua maior dificuldade.
A sala da aula de química fica no último andar subterrâneo, no final do corredor no canto, enquanto ia para a sala ela notou os detalhes da arquitetura do lugar, muito provavelmente antes do fim do semestre ela teria desenhado o lugar por completo.
Assim que tocou a maçaneta da porta ela pareceu estranhamente fria ao seu toque, enquanto sentia um leve formigamento em sua nuca, ela ignorou essa sensação estranha girou a maçaneta e entrou na sala que sem janelas estava mergulhada nas trevas.
Passando a mão na parede a sua esquerda ela tentou ver se tinha um interruptor, assim que o sentiu aligou a luz jogando um brilho branco nas sombras, porém ela não estava sozinha, no fundo da sala um jovem de cabelos negros e belos olhos verdes a encarava.Ela levou um susto, pois ele jazia imóvel se não fosse pela luz com certeza não o teria notado.
– Desculpa achei que estava vazia – Falou ela dando meia volta na soleira da porta, porém ele a deteve.
Nesse momento ela se perguntou o quão rápido e ágil ele seria para ter cruzado a sala sem ao menos fazer barulho.
– Eu que peço desculpa, tenho que parar com essa mania de dormir na sala – Falou o garoto de uma maneira meio sem graça.
Elisabeth pensou em pontuar que ele estava com os olhos bem abertos, mas deixou essa passar não queria ser rude com ele.
– Tudo bem, eu não deveria ter chegado assim acedendo as luzes.
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Beladona
Teen FictionDizem que nesse mundo existem três caminhos por onde os seres podem transitar, o caminho dos homens para os de corpo físico e espírito fraco, o caminho dos místicos para aqueles que vagueiam entre as bordas dos mundos e o caminho dos sonhos por onde...