Pessoa errada

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- Não acho que daríamos certo juntos, foi mal.
Hinata estremeceu ao ouvir as palavras que lhe foram desferidas pelo garoto de cabelos cinzas, no qual apenas dava prioridade ao celular em suas mãos .
- M-Mas osamu, eu achei que gostasse de mim...
O outro apenas lhe redigiu um olhar vazio, como se dissesse "Sinto muito, mas você foi o único ingênuo da história", e Hinata sabia que tal fato era a mais pura verdade. osamu nunca realmente lhe deu atenção. Apenas o ligava quando estava necessitado de toques e sempre mandava o ruivo embora após satisfeito.

Eu sabia...
(De novo)
Como pude ser tão ingênuo?!
(De novo)

Eram as palavras que martelavam na cabeça de Shoyo enquanto observava osamu ir embora sem remorso algum, em momento nenhum tirando o olhar de seu celular.

- Hinata, tudo bem?
O menor se vira rapidamente com o intuito de ver quem estava chamando-o, torcendo para que a outra pessoa não estivesse lá por muito tempo e acabe por ter ouvido o fora que levara.

- Sugawara? O que está fazendo nesse bloco? Até onde sei sua sala fica do outro lado do campus e suas aulas devem estar acontecendo agora.

- Não precisa me lembrar do obvio, Shoyo. Vim aqui pra entregar o relatório de turma da semana passada, ser o representante de classe não é uma das coisas mais fáceis, afinal. - O platinado fala num tom gentil, porém firme. Um silêncio se estala entre os dois. Hinata refletindo sobre as informações que acabou de receber e Sugawara ensaiando uma forma de lhe dizer o que estava em sua mente.

- Vou ser sincero, ouvi sua conversa com osamu.
Foi sem querer e peço desculpas desde já, mas acho que tenho um jeito de lhe ajudar em suas decepções amorosas.

Na realidade, existiam outros caminhos que o mesmo poderia ter feito até a sala do diretor. Não o fez pelo fato de ter ouvido uma conversa interessante e se escondido na curva do corredor querendo se 'informar'.

- S-Suga, eu agradeço mas não o vejo dessa forma e—
- Você é burro ou o quê? Não estou te chamando pra sair, idiota! Eu realmente tenho uma forma de te ajudar.

Hinata sentiu suas bochechas corarem de vergonha, realmente tinha compreendido as intenções do colega errado.
- Que forma é essa? Até onde eu sei você não é o cupido ou algo do tipo - O ruivo disse rindo, porém parando ao ver que o amigo continha um semblante sério.

- Escreva um bilhete, um que tenha o seu mais sincero desejo. Jogue na fonte localizada na cafeteria e assim, você o verá.

Bilhete?
Jogar onde?
Ver quem?
Àquela altura Shoyo fazia a mesma cara de adolescentes em aulas de matemática, revelando que não tinha entendido absolutamente nada.

Sem deixar o menor o questionar, Sugawara sai em direção à sala do diretor, deixando para trás um ruivo confuso e solitário.

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